João Pessoa, 26 de abril de 2017 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Morreu nesta quarta-feira (26), em Brasília, o jornalista Carlos Chagas. Ele tinha 79 anos e sofreu um aneurisma na artéria aorta.
Carlos Chagas era mineiro de Três Pontas. E no dia a dia do jornalismo, da cobertura política, era como um autêntico mineiro que se comportava. Sempre com voz mansa, gestos contidos e um aguçadíssimo olhar de repórter.
A filha, a também jornalista Helena Chagas, ex-ministra-chefe da Secretaria de Comunicação do governo Dilma, escreveu sobre o pai em uma rede social: “Era a melhor pessoa que conheci nesse mundo.”
E falou ao G1 sobre o profissional Carlos Chagas:
“Ele foi um grande jornalista. Um exemplo de seriedade, de amor à notícia, de honestidade. Quem trabalhou com ele, quem foi aluno de Carlos Chagas nos 25 anos em que foi professor na Universidade de Brasília, há de concordar com isso”, disse.
Helena Chagas contou que no hospital onde o pai deu entrada às pressas na segunda-feira (24) por causa de um mal súbito, Carlos Chagas foi o Chagas de sempre. Chamou a família e disse:
“Tem que pagar meu Imposto de Renda. O cheque está lá em cima da mesa”, orientou, com o senso de cidadania e o compromisso de sempre com o país.
Formado em direito, Chagas optou pelo jornalismo. Foi editor de política do “Globo”, na década de 60. Trabalhou no jornal “O Estado de S. Paulo”. Em 1969, foi secretário de Imprensa do ex-presidente Costa e Silva. Carlos Chagas lançou livros com a análise política da ditadura no Brasil. No fim da década de 80, se tornou comentarista político de televisão, com destaque para a TV Manchete, onde ficou por mais de duas décadas.
Em nota, o presidente Michel Temer lamentou a morte de Chagas: “Uma das maiores referências do jornalismo. Responsável pela formação de mais de uma geração de profissionais de imprensa, intransigente defensor da ética, em sua mais profunda definição.”
Carlos Chagas completaria 80 anos no dia 20 de maio.
G1
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