João Pessoa, 14 de novembro de 2018 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O governo de Cuba informou nesta quarta-feira (14) sua saída do programa social “Mais Médicos” no Brasil em virtude das declarações “ameaçadoras e depreciativas” do presidente eleito Jair Bolsonaro, que anunciou mudanças “inaceitáveis” ao projeto governamental.
Na Paraíba, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, 134 cubanos atuam participando do programa em 70 municípios no Estado e podem deixar o estado após decisão do governo cubano. As cidades que contam com um número maior de cubanos são Pombal e Cajazeiras, no Sertão paraibano.
Apesar da saída do país do programa, não foi informado se os médicos terão que retornar. No país são mais de 11 mil profissionais cubanos no Mais Médicos.
Após decisão do governo cubano, Bolsonaro usou sua conta no twitter para se pronunciar sobre o caso. “Condicionamos a continuidade do programa Mais Médicos à aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou”, afirmou.
Em agosto, ainda em campanha, Bolsonaro declarou que ele “expulsaria” os médicos cubanos do Brasil com o exame de revalidação de diploma de médicos formados no exterior, o Revalida. A promessa também estava em seu plano de governo.
Em novembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) validou o Mais Médicos e autorizou a dispensa da validação de diploma de estrangeiros ao julgar ações que questionavam pontos do programa federal, como acordo que paga salários mais baixos para médicos cubanos.
Confira nota do governo cubano
“Diante desta lamentável realidade, o Ministério da Saúde Pública (Minsap) de Cuba tomou a decisão de não continuar participando do programa ‘Mais Médicos’ e assim o comunicou à diretora da OPS (Organização Pan-Americana da Saúde) e aos líderes políticos brasileiros que fundaram e defenderam esta iniciativa”, anunciou a entidade em comunicado.
MaisPB com Exame
OPINIÃO - 22/11/2024