João Pessoa, 05 de setembro de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) solicitou imagens do circuito interno do prédio onde fica o apartamento no qual o corpo de um menino foi encontrado morto dentro de uma geladeira nesta sexta-feira (4). Vizinhos ouvidos pelo G1 afirmam que os pais saíram do prédio há dois dias.
O prédio fica na Rua Santo Amaro, na região central de São Paulo. Segundo o boletim de ocorrência, o menino teria aparentemente cinco anos e vivia com a mãe, o padastro e duas irmãs. Os pais e as meninas não foram encontrados e o DHPP investiga o caso. A Secretaria da Segurança Pública não divulgou o nome da vítima e dos pais.
A família era dona de uma bomboniére no térreo do edifício e morava no primeiro andar. Por volta das 18h40 de sexta, vizinhos ligaram para a polícia para verificar se havia algo estranho no apartamento.
O primo do padrasto do menino contou à polícia ter estranhado o fato de o vendedor de 26 anos deixar de abrir a bomboniere. Ele foi até o apartamento e, na porta, sentiu um cheiro muito forte. O homem chamou o proprietário do imóvel e lá encontraram, no freezer, o corpo do menino enrolado em um lençol e em sacos plásticos, segundo o boletim de ocorrência.
Segundo o primo, o menino era filho da companheira do vendedor. Agentes da Polícia Técnico-Científica foram acionados para fazer perícia.
O vizinho afirmou ainda que “cansou de reclamar para a síndica” do choro das crianças. “Era toda noite”, completa sua esposa, Sâmara Silvestre. O casal contou que o menino já havia ido para o Conselho Tutelar após denúncias de maus-tratos da professora.
Sâmara disse que, nesta sexta-feira, quando o proprietário do apartamento foi tentar entrar, ele não conseguiu. “Trocaram a fechadura.”
Renata Daniele Fernandes era colega da família e fornecia doces para a bomboniere. Ela mora no prédio vizinho, e contou que a mãe falava para ela que o menino dava muito trabalho e ela queria mandá-lo de volta para a África do Sul, de onde a família era. As duas meninas pequenas nasceram no Brasil.
O filho de Renata costumava brincar com o menino. Segundo ele, o menino dizia que o sonho dele era ser jogador de futebol e comprar uma casa na praia para a mãe. Outro morador do prédio, Jorge Pantoja disse que a família era querida pelos vizinhos. “Todo mundo adorava o cara. Ele era muito bacana”.
Maria Célia Moreira já trabalhou na Escola Estadual Paulo Machado de Carvalho, onde o menino estudava. Ela relata que, no ano passado, foi comunicado o Conselho Tutelar, ele foi levado para um abrigo.
“Eu não sei como que devolveram ele para os pais. Não era para ter sido devolvido, devolveram uma vez, e aí comunicamos ao abrigo que o menino estava chorando, queria voltar para o abrigo, e ele voltou para abrigo. É a mãe que batia. É um absurdo uma coisa dessa, da gente ficar chocado. Nós percebemos que ele estava sendo mal tratado. Era um menino muito lindo, muito doce”.
O Conselho Tutelar afirmou que só consegue informação do caso na terça-feira (8). A Secretaria Municipal de Direitos Humanos informou que vai apurar se houve atendimento ao menino e o que aconteceu.
G1
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