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BUSCA E APREENSÃO

PF apura fraudes nos fundos de pensão; Efraim CPI vê avanço

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publicado em 17/12/2015 ás 11h06
atualizado em 17/12/2015 ás 12h56

A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (17), a Operação Positus, que investiga o Postalis, fundo de pensão dos Correios, por má gestão. Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão: dois em São Paulo (SP), três em Brasília (DF), um em Belém (PA) e um em João Pessoa (PB).

Em João Pessoa, o mandado de busca e apreensão foi cumprido Cristiano Gregório Miller, ex-gestor da atlântica, agência de investimento que trabalha com postagem. Cristiano está residindo na Capital paraibana.

A PF informou que também foi expedido um mandado de prisão preventiva para Fabrizio Neves, ex-gestor do fundo, o principal investigado na operação. Segundo a polícia, Neves está foragido e teve o nome incluído na lista vermelha da Interpol (a polícia internacional). O ex-diretor do Postalis estaria morando nos Estados Unidos, segundo a PF, e teria solicitado um passaporte italiano há alguns meses. De acordo com informações divulgadas nesta quinta, ele teria viajado há dois meses para a Espanha e não foi encontrado pelos policiais.

A operação desta quinta apura um desvio que pode chegar a R$ 180 milhões. Em contato com a reportagem do Portal MaisPB, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão da Câmara dos Deputados, Efraim Filho (DEM-PB), disse que a operação “mostra mais uma vez que o mesmo modus operandi usado no petrolão, foi usado pelo governo nesta fraudes dos fundos de pensão”.

“Isso mostra o aparelhamento da máquina pública e o tráfico de influência para beneficiar um projeto de poder”, completou.

A CPI foi criada para investigar denúncias de aplicação incorreta de recursos e manipulação de gestão nos fundos de previdência complementar de servidores públicos e de estatais entre 2003 e 2015.

Fraudes

De acordo com o inquérito policial, foram identificados dois fundos de investimentos do Postalis, contendo mais de R$ 370 milhões em recursos aplicados que teriam sido geridos de forma fraudulenta.

A fraude consistia, segundo as investigações, na compra de títulos do mercado de capitais, por uma corretora americana, que os revendia por um valor maior para empresas com sede em paraísos fiscais ligados aos investigados. Em seguida, de acordo com o inquérito, os títulos eram adquiridos pelos fundos do Postalis com um aumento ainda maior no valor do título.

Entre as operações financeiras que causaram prejuízo está, por exemplo, uma em que a Postalis poderia ter pago R$ 11,8 milhões para ter 37,5% de um fundo de investimentos, foram pagos R$ 105 milhões por uma fatia menor, de 7,5%.

MaisPB