João Pessoa, 02 de março de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Até o final do fechamento desta coluna, Governo e comando de greve avançaram. As duas partes fizeram o que a Paraíba espera dos homens públicos. Agiram com sensatez, prudência e responsabilidade. Diante de tanta radicalização, os entendimentos iniciados com mais vigor representam um grande avanço.
O que a liderança da categoria apresentou ontem aos secretários do Governo já poderia ter sido feito com mais nitidez. Teriam evitado o desgaste perante a opinião pública e poupado milhares de paraibanos da iminente sensação de insegurança e desproteção.
Nas entrelinhas, o comando de greve já admite a ilegalidade da PEC 300, um instrumento apresentado no calor do final de uma eleição praticamente perdida. É o que se depreende da fala de alguns líderes que ontem sugeriram ao Governo a apresentação de um projeto revogando a Lei anterior.
Alguns integrantes do movimento chegaram até sugerir extra oficialmente carência de um ano para o Governo começar a pagar o reajuste. Essa é uma forma sutil de dar o braço a torcer e se render aos argumentos que questionam todo o trâmite da medida apresentada, votada e sanciona no auge da campanha, infringindo todas as regras da moralidade administrativa e do respeito a legislação eleitoral.
A Polícia Militar da Paraíba tem uma grande oportunidade agora de estabelecer uma pauta que não se restrinja simplesmente ao pagamento de uma Lei que já nasceu morta. Nada impede que a direção do movimento faça outras reivindicações salariais, extra PEC tabajara.
Por outro lado, o Governo precisa apresentar uma projeção real da folha de pagamento do Estado para os próximos meses e estabelecer uma data precisa de quando o Executivo pode reparar as perdas salariais de uma polícia esquecida por sucessivos governos. É o caminho para a construção de uma solução responsável, justa e possível.
Os bancários, os critérios e o veto na Caixa – Chamou atenção a decisão do Sindicato dos Bancários da Paraíba, antecipada pelo portal MaisPB, de elaborar nota pública a ser encaminhada à presidência da República contra a nomeação do ex-governador José Maranhão na vice-presidência das Loterias da Caixa Econômica. A Confederação Nacional da categoria também será provocada.
Acomodações partidárias – Os bancários defendem que as nomeações de cargos estratégicos da Caixa devem priorizar os técnicos e funcionários de carreira da instituição. Condenam a estratégia do Governo Federal de utilizar os espaços como moeda de troca política.
Méritos de Maranhão – O vereador pessoense Fernando Milanez (PMDB) fez a defesa. “José Maranhão tem méritos. No currículo dele ninguém encontra qualquer mácula”, disse Milanez, atribuindo a carta do Sindicato ao secretário Lucius Fabianni, da Prefeitura da Capital.
Macro – O deputado Edmilson Soares (PSB) mostrou que não vai ficar só na miudeza. Cobrou em reunião da Unale uma posição do STF sobre o direito dos suplentes dos partidos e coligações.
Ponderação – No meio de tanto revanchismo, uma posição equilibrada e serena. O deputado Rodrigo Soares (PT) considera equivocada a postura de setores da oposição de incentivo à greve da Polícia.
Radicalização – A líder da Oposição na Câmara de Campina Grande, Ivonete Ludgério (PSB), radicalizou e orientou os colegas a recusarem participação nas comissões temáticas da Casa.
Rebeldia – A Oposição ficou apenas com a presidência da comissão de Saúde. Inácio Falcão (PSB) será o secretário da Comissão de Saúde. Todos os demais “rebeldes” ficaram fora da lista.
Longe das finanças – O vereador Pimentel Filho (PMDB) lutou muito nos bastidores pelo comando da Comissão de Orçamento, mas terminou ficando na presidência de Constituição, Justiça e Redação.
Sem stress – O católico suplente Raoni Mendes (PDT) seguirá a recomendação bíblica de vivenciar cada sofrimento no seu tempo. Vai aguardar serenamente a posse de Hervázio Bezerra na Assembléia.
Quer a presidência – O vereador João Corujinha continua de olhos bem abertos e voltados para a direção nacional do PSDC. Ele aguarda a nomeação da comissão provisória do diretório estadual.
Disposto – O deputado Luciano Cartaxo (PT) não tem dúvidas. Caso Luiz Couto abdique de disputar a prefeitura de João Pessoa, Cartaxo vai lutar para ser o nome petista na eleição de 2012.
Comunhão – Já o grupo do padre prega internamente a manutenção da aliança com o prefeito Luciano Agra, apesar da recomendação nacional de candidatura própria nas grandes cidades.
Gatos de Palácio – A espécie mais em voga na Paraíba é a dos políticos ‘gatos’. Mesmo quando o dono (governador) deixa a casa (Governo), os felinos ficam e se adaptam com facilidade ao substituto.
PINGO QUENTE – “Comer semente de girassol demais dá disenteria”. Da vereadora pessoense Eliza Virgínia, que já experimentou por um certo tempo o sabor do grão.
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