João Pessoa, 20 de fevereiro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
As penas das aves são resistentes, mas com o passar dos anos vão aos poucos perdendo o brilho. A substituição é natural. Faz parte do processo normal da vida dos pássaros. A cada ano, os aspectos biológicos das aves propiciam a muda. Nos canários, por exemplo, se bem alimentados, as mudanças não demoram muito.
As cantantes criaturas perdem quase todas as penas. Só fica o suficiente para proteção do corpo e necessário para voar. A modificação pode ser mais rápida se a temperatura estiver elevada. Se o clima do ambiente for ameno, o processo é mais lento.
Essa transmutação se assemelha muito com o momento experimentado pelo ex-governador José Maranhão. Em conversa com o repórter Henrique Lima, do Correio Debate, da Correio Sat, o próprio Maranhão fez questão de comparar sua distância da imprensa e silêncio ensurdecedor a muda dos canários.
“Estou na fase da muda. Nela, canário não canta”, tergiversou o ex-governador do PMDB. A metáfora feita pelo ex-mandatário é uma espécie de desabafo e um gesto emitido com o intuito de simbolizar uma trégua pessoal momentânea, mesmo diante de pesadas e severas denúncias de irregularidades cometidas na gestão passada.
Na muda dos canários, o pássaro pode voar com dificuldades devido a má alimentação, stress ou até por influência da luz artificial. Nessa fase, Maranhão também caminha com dificuldades. Vê parte de seu exército um tanto ausente do front e desestimulada para a batalha. Raramente os ex-frequentadores da intimidade da granja ousam sair em defesa do antigo general.
Segundo os especialistas, um pássaro em muda precoce é triste e praticamente não canta. Para Maranhão, a derrota em 2010 jamais passou pelos seus prognósticos. Foi obrigado em cima da hora a ouvir uma ‘aposentadoria’ não planejada bater na porta. O ex-governador assiste a tudo para, após criar nova plumagem, alçar outro vôo ou se confinar de vez no ninho. Nessas situações, os criadores de canários recomendam muito sossego à ave. Receita bem distante dos últimos fatos em torno de Maranhão.
Marí, nepotismo e o escárnio à moralidade – A cidade de Marí é um exemplo da capacidade que alguns políticos têm de debochar do povo. O prefeito Antônio Gomes (PSDB) emprega a mulher (Neide) como secretaria de Ação Social, e dois filhos (Alan e Rose) nas secretarias de Administração e Educação. O patriarca ainda procura um emprego para o filho (Alysson), demitido do Estado.
Alerta do ministro – Na Paraíba, de acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, 60 municípios correm o risco de epidemia de dengue. Na recente visita ao Estado, ele pediu aos paraibanos colaboração e união de esforços para combater a doença.
Faltou plano – O governador Ricardo Coutinho atribuiu a situação ao fato do governo passado não ter elaborado um plano de contingência da dengue. Ele anunciou um plano emergencial com descentralização da sorologia e do diagnóstico, além de mobilizações.
In loco – O presidente da Cagepa, Deusdete Queiroga, tem pessoalmente comandado ações nas comunidades de João Pessoa. Queiroga estabeleceu cronograma com mutirão nos bairros.
Saldo negativo – O deputado João Henrique (DEM) estava até animado com o acordo prévio para fazê-lo presidente da Comissão de Constituição e Justiça. Ledo engano; perderá até a vice-presidência.
Bairrismo – O sargento Dênis deixou escapar que o maior problema do Governo com a polícia não é o pagamento da PEC 300. A categoria não teria assimilado a nomeação de um secretário pernambucano.
Reconhecimento – “Eu e a sociedade precisamos de um policial motivado, mas não posso enganar os policiais”. Do secretário de segurança Cláudio Lima, sobre a inviabilidade da PEC 300 tabajara.
Seletivos – Na sexta à noite, o filho do secretário de Segurança e um amigo foram abordados por dois marginais em Tambauzinho, porém o Comando da PM garante que só o colega foi assaltado.
Missão de paz – Almir Laureano entra em contato com a coluna para colocar o MovPaz a disposição da cúpula da segurança pública da Paraíba. “Estamos disponíveis para mediar momento tão difícil”.
O que falta? – O secretário de Saúde, Mário Toscano, estranhou a manutenção da paralisação dos neurocirurgiões por atraso no pagamento ano passado. “O governador aceitou todas as reivindicações”.
Ângulos – Nem toda flor é vista como o mesmo olhar no jardim girassol. O governador Ricardo Coutinho reclamou das novas regras do Minha Casa, Minha Vida. Já o prefeito Luciano Agra aprovou.
Medo do povo – O candidato a prefeito de Itapororoca, Celso Morais (DEM), alfinetou o rival Erilson Rodrigues (PP) por adiar mais uma vez a eleição suplementar da cidade. “Ele tem medo do voto”.
Coleta – O Partido Pátria Livre começa nesta semana a coleta de assinaturas para requerimento de registro na Justiça Eleitoral. A meta da diretoria é conseguir na Paraíba cerca de 15 mil nomes.
PINGO QUENTE – “Aí tem muitos poliglotas da política”. Do deputado Toinho do Sopão (PTN) recorrendo ao seu dicionário de palavras bonitas para reverenciar os colegas da Assembléia.
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OPINIÃO - 22/11/2024