João Pessoa, 18 de fevereiro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Não. Definitivamente ninguém quer acreditar que o episódio do Estádio Amigão foi montado previamente para expor a Paraíba ao ridículo em manchetes nacionais. Seria muito radicalismo, irresponsabilidade e uma ilegalidade com cheiro de sabotagem sórdida, porque por pouco não assistimos a uma tragédia transmitida ao vivo.
Apesar da descrença, os indícios são muito fortes. O barril de pólvora foi prenunciado em várias postagens no twitter. O perfil policialmilitarp, no microblog, já anunciava desde as primeiras horas da noite o que estava para acontecer. E até onde se sabe não há tuiteiro paraibano com a virtude da onisciência.
O que se viu foi uma cena deprimente. Três policiais civis à paisana, de arma em punho, apontando para o alto e levando a imagem da Paraíba ao chão. O comportamento dos policiais poderia ter provocado morte e reação dos torcedores cujos efeitos seriam imprevisíveis. Se a idéia foi chamar atenção, os autores do tresloucado gesto conseguiram o que queriam, porém causaram a pior impressão possível.
Se alguém assim agiu, por livre espontânea vontade ou por orientação de terceiros, cometeu um gesto bem próprio das milícias. Esse tipo de ação só é impactante pelo seu aspecto negativo. Se a intenção foi provocar pânico e pressionar o Governo, o tiro disparado no meio da torcida pegou de raspão na credibilidade do movimento. Pegou muito mal e esse tipo de gesto não encontra eco na opinião pública.
Em contato com a coluna, o deputado federal Major Fábio (DEM) afastou qualquer hipótese de orientação da coordenação aos fatos que se sucederam em Campina Grande, incluindo a barricada atribuída às mulheres dos PM’s em frente ao quartel. O major enxergou o bang-bang no estádio como um ‘incidente’ e chamou de ‘espontâneo’ o movimento dos familiares dos integrantes da corporação.
A Paraíba torce pelo entendimento, mas nenhum diálogo prospera quando um dos lados inicia a conversa já de arma em punho. A hora é de se desarmar, literalmente.
Sarmento, Camará e a tréplica – O ex-secretário Francisco Sarmento volta à coluna. “Não respondo nenhuma ação judicial relativa à ruptura da barragem. Nos âmbito civil e penal, se pesquisar, você saberá quais foram os responsabilizados pelos Ministérios Público Federal e Estadual, após um inquérito conjunto que durou mais de seis meses”.
Roosevelt, o Cheque Funeral, e os boateiros – O ex-secretário do Governo Maranhão III, Roosevelt Vitta, reagiu com contundência contra denúncia do pagamento de servidores mortos. “Isso é boato. O Governo só tem boateiro. Tudo isso é conversa fiada. Eles precisam sair do palanque”.
Álcool, direção e a pergunta de Hélio – O leitor Hélio Cavalcante da Silva ([email protected]) pergunta ao colunista qual é o nome da importante autoridade responsável por uma batida e que depois da fuga foi encontrada bêbada no veículo. É só perguntar em Guarabira.
Carbono 14 – O Cheque Funeral causou muita curiosidade na vereadora pessoense Eliza Virgínia (PPS), aliada do Governo passado. “Será que todos estes defuntos morreram ano passado”?
Recado aos herdeiros – O chefe da Controladoria Geral do Estado, Luzemar Martins, anunciou que o Estado buscará os responsáveis pelo recebimento indevido de salários e exigirá ressarcimento ao erário.
Lista das carpideiras – Segundo Luzemar, o Governo também divulgará a lista dos parentes que recebiam o contracheque dos mortos. “Um Estado pobre não se pode dar ao luxo de admitir esse tipo de coisa”.
Barril de pólvora – A Câmara de Pitimbu realiza hoje nova eleição para Mesa Diretora da Casa por determinação da Justiça. Na eleição anterior, a ata sumiu e sobraram até sopapos no plenário.
Raízes – O vereador Fernando Milanez (PMDB) prega: o adversário de Luciano Agra (PSB) precisa ser um filho natural da cidade. Manoel Júnior e Benjamim Maranhão não têm esse perfil.
Chefe de cozinha – “Ele conhece muito bem da minha cozinha. Padre gosta de comer muito”. Frase do secretário do Governo, Walter Aguiar, sobre frei Anastácio (PT), no Correio Debate (televisão).
Na real – O que fazia ontem o ex-deputado Walter Brito Filho (PPS) pelos corredores do Congresso Nacional? Foi flagrado em almoço com o ex-colega de Assembléia, Inaldo Leitão.
Impossibilidade – O vice-governador Rômulo Gouveia (PSDB) voltou a acusar a PEC 300 de eleitoreira. “Independente disso, temos compromisso com a Polícia, mas não adianta prometer o que não pode”.
Trânsito – A Prefeitura de João Pessoa e o Governo do Estado vão fazer dobradinha de projetos para emplacar a cota máxima de R$ 280 milhões em obras do PAC II, da Mobilidade Urbana.
Pátria Livre – Os “filiados” paraibanos do Partido Pátria Livre se reúnem hoje, às 19h, no Plaza Center, em João Pessoa. Vão traçar estratégias pela coleta de assinaturas para registro da legenda.
Entre aspas – “Se for para resolver o problema, eu me afasto do movimento”. Do ex-deputado Major Fábio (DEM) dizendo que abre mão de participar das negociações, se for exigência do Governo.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
OPINIÃO - 22/11/2024