João Pessoa, 16 de fevereiro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O ex-secretário de Educação do Estado, Sales Gaudêncio, aciona a coluna para esclarecer assunto levantado ontem neste espaço a partir da afirmação da secretária executiva da pasta, Márcia Lucena, ao informar déficit de 53 mil carteiras nas escolas da rede estadual de ensino da Paraíba.
Gaudêncio diz que as declarações da professora não correspondem aos fatos verdadeiros. “Foram adquiridas, por licitação, 57.500 (cinqüenta e sete mil e quinhentas) carteiras escolares para suprir, inicialmente, as necessidades para uma demanda de 397.444 alunos matriculados na rede pública do Estado”.
Segundo ponto: “Não dando para atender à demanda, o Governo do Estado incluiu, através de um empréstimo que seria feito ao BNDES, aprovado pela Assembléia Legislativa, no valor de R$ 19,6 milhões, para a aquisição de novas 100 mil carteiras, o que resolveria essa questão de maneira definitiva”.
A respeito de indagação do colunista que questionou o por quê do Governo passado não ter realizado a compra, conforme prometido e fartamente explorado na mídia, Gaudêncio justificou: “Como não se concretizou a liberação dos recursos do referido empréstimo, obviamente, a aquisição das carteiras não foi efetivada”.
Sales Gaudêncio emendou com uma resumida prestação de contas de sua última passagem pela pasta. “Priorizamos a capacitação de gestores escolares, de professores e o pagamento do piso nacional da categoria, bem como a implantação de vários outros programas na busca pela melhoria da escola pública”.
Ao final, acrescenta: “reformamos e ampliamos 263 escolas, aquisição de 160 ônibus escolares, entregas do Kit Escolar para 300 mil alunos do Ensino Fundamental, de Fardamento Escolar, de 57.500 carteiras escolares e livros didáticos para os alunos do Ensino Médio”. Na lista, não há menção a construção de pelo menos uma escola.
As demissões, o cabo de guerra e a temperatura – O tempo fechou na sessão da Assembléia ontem. O bate-boca quente entre o líder do Governo, Lindolfo Pires, e Luciano Cartaxo (PT) em torno da presença dos secretários do Governo na Casa foi apenas um aperitivo do embate marcado para a sessão de hoje entre a Oposição e os governistas. A temperatura pode chegar aos 40 graus.
Nepotismo – O deputado Frei Anastácio (PT) viu nepotismo cruzado nomeação da esposa do secretário da Administração, Gilberto Carneiro, no Tribunal Regional do Trabalho e na posterior chegada da mulher do presidente do TRT em cargo do Detran.
Ontem e hoje – Um petista da ala divergente de Anastácio não perdeu a oportunidade. Perguntou em qual mosteiro o frade estava quando José Maranhão nomeou 17 parentes da então primeira-dama do Estado, desembargadora Fátima Bezerra Cavalcanti.
Pisando – O deputado Gervásio Filho (PMDB) pegou pesado demais. Ao Correio Debate (rádio) discordou da tese de expulsão de Iraê Lucena para em seguida cravar: “É matar quem já está morta”.
Autonomia – Não será surpresa se o secretário de Saúde, Mário Toscano, for o próximo a deixar o Governo. A crise teria sido gerada pelo excesso de interferência da secretária Roseana Meira.
Sem holofotes – O deputado estadual Manoel Ludgério (PDT) dispensou formalidades e pompas na posse da nova secretaria do Governo. “Não quero festa. Não sou muito ligado a holofotes”.
Nada de trégua – A Oposição ligou as baterias. O deputado Trócolli Júnior (PMDB) avaliou como preocupante o atual momento e sugeriu que o Governo faça as pazes com a polícia da Paraíba.
Quebra do pacto – O deputado Janduhy Carneiro (PPS) saiu em defesa da gestão. Ele considerou as críticas da Oposição muito prematuras e viu quebra do pacto de trégua. “São cobranças radicais. É cedo”.
Fim de tarde – Os ex-secretários Sales Gaudêncio e Marcus Ubiratan (Finanças) participaram de happy hour ontem com o líder da Oposição, Gervásio Filho. O chá servido tinha sabor de contra-ataque.
Tempo de mudar – Apesar de ter sido correligionário de quase todos os ex-governadores das últimas duas décadas, o deputado Tião Gomes (PSL) prega que esta é a hora da Paraíba sair dos 20 anos de atraso.
Sonho – A cada notícia da ida de Ludgério para o Governo, o suplente Hervázio Bezerra revela não dormir à noite, mas o que lhe tira o sono é a frustração de ainda não ter sido deputado.
Confirmado – Conforme a coluna antecipou, o governador Ricardo Coutinho casa domingo com a jornalista Pâmela Bório na capela da Granja em cerimônia simples que inclui o batizado do filho.
Previsão ou desejo? – O ex-senador Ney Suassuna (PP) não perdoa José Maranhão. Previu que o desequilíbrio financeiro do Estado vai gerar condenação capaz de tirar o ex-governador da vida pública.
Entre aspas – “A preço de hoje eu sou da Oposição”. Do vereador Felipe Leitão (PRP) que pode mudar de lado a preço de amanhã.
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OPINIÃO - 22/11/2024