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Hugo convoca dirigentes de empreiteiras para depor na CPI

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publicado em 31/05/2015 às 11h37
atualizado em 31/05/2015 às 08h47
Deputado Hugo Motta (PMDB-PB)
Dirigentes de duas das maiores empreiteiras do país são os próximos convocados a depor na CPI da Petrobras. Sérgio Cunha Mendes, vice-presidente da Construtora Mendes Júnior, e Dario Queiroz Galvão Filho, presidente da Galvão Engenharia, serão ouvidos nesta terça-feira, 2.
Segundo o ex-gerente de Tecnologia da Petrobras Pedro Barusco, a Mendes Junior pagou propinas relativas a quatro contratos com a Petrobras, que juntos somavam quase R$ 4 bilhões. Outros dois delatores do esquema, os empresários Augusto Ribeiro e Júlio Camargo, também acusaram a empreiteira de pagar propina.
A mesma acusação pesa sobre a Galvão Engenharia, que tem contratos de mais de 7 bilhões de reais com a Petrobras. O presidente da empreiteira, Dario Queiroz Galvão, foi chamado a depor no lugar de outro executivo da empresa, Erton Fonseca, por sugestão do juiz Sérgio Moro (da 13ª Vara Federal de Curitiba), como explica o presidente da CPI, deputado Hugo Motta, do PMDB da Paraíba.
“Ia depor o Erton, da Galvão, mas aí chegou um despacho do (juiz Sérgio) Moro à CPI dizendo que quem tem condição de contribuir mais pela Galvão é o Dario, então o Dario está convocado e eu já encaminhei a convocação dele para o dia 2, que o Ricardo Pessoa não vai vir, então no dia 2 a gente faz o Sérgio Cunha Mendes e o Dario Queiroz Galvão”
Ricardo Pessoa é o dono da empreiteira UTC e é considerado o coordenador do cartel de empreiteiras que atuava na Petrobras. Ele está fazendo acordo de delação premiada com a Justiça e só deve ser convocado no final de junho.
Os depoimentos de Mendes e Galvão vão marcar o fim da fase de interrogatórios de empresários que se encontram em prisão domiciliar.
Depois disso, a comissão deve marcar as primeiras acareações. Deputados querem colocar frente a frente delatores como o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o ex-gerente de Tecnologia da estatal Pedro Barusco.
Mas o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio, do PT do Rio de Janeiro, queria outros depoimentos antes das acareações.
Ele defende a convocação de pessoas mencionadas em depoimentos anteriores. Uma delas é o ex-chefe da Controladoria Geral da União, Jorge Hage.
Segundo o advogado inglês Jonathan Taylor, a CGU não investigou suspeitas sobre pagamento de propina pela empresa holandesa SBM Offshore. Ele quer convocar também operadores financeiros mencionados pela doleira Nelma Kodama.
Para o deputado Luiz Sérgio, as suspeitas tem que ter começo, meio e fim.
“Se não a CPI chama uma pessoa, e é preciso dar continuidade a isso. Não pode ser um chama um, chama outro, e depois fica uma coisa meio sem pé nem cabeça, em que não se dá continuidade.”
Os requerimentos de acareação ou novas convocações devem ser votados apenas no dia 11 de junho.
Agência Câmara