João Pessoa, 10 de fevereiro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Partiu da combativa e às vezes até radical vereadora Eliza Virgínia (sem partido) a preocupação. Qual será hoje o verdadeiro tamanho da Oposição ao prefeito Luciano Agra (PSB) na Câmara Municipal de João Pessoa? E mais: quem realmente está disposto a fazer contraponto ao Governo Agra?
O questionamento de Eliza faz sentido. Com as adesões de João dos Santos (PR), Sérgio da Sac (PRP), Luiz Flávio (PSDB), a incorporação de Geraldo Amorim (PDT), a chegada de Hervázio Bezerra (PSDB) e a quase certa ‘virada de casaca’ de Felipe Leitão (PRP), o bloco oposicionista fica com parcos cinco votos.
Sobraram a própria Eliza, os peemedebistas Fernando Milanez e Mangueira, o ex-líder do Governo, Tavinho Santos (PTB) e Marcus Vinicius (PSDB). Desse grupo, ainda não ficou claro quem carregará o papel de liderar a desconstrução de uma gestão tida como aprovada pelo cidadão pessoense.
Não é uma missão fácil, sobretudo porque o parlamentar mais incipiente da Câmara já aprendeu a lição das últimas eleições: o radicalismo e a birra pessoal não sensibilizam o eleitor. Os exemplos estão aí. Só foge a regra quem opta por uma postura de crítica sensata.
Tem outro fator em questão. A sobra da Oposição não quer ser usada como trampolim político para os aproveitadores. Por sobrevivência política, os cinco últimos terão que identificar os pontos frágeis da gestão e aferirem a dose certa da abordagem dos temas para não colher efeitos colaterais possíveis de má interpretação.
Reduzida, a Oposição na Câmara da Capital só terá chances de ficar bem na fita e pontuar perante o eleitor pessoense se escolher o equilíbrio e a qualificação crítica como horizontes de atuação. É a única forma de se fazer vista. E ouvida.
Vitalzinho, a PEC e o Orçamento – Defensor intransigente da PEC 300, o senador Vital do Rêgo Filho (PMDB), provável presidente da Comissão de Orçamento, terá a faca e o queijo na mão em favor dos policiais. Basta conseguir emplacar recursos ao Orçamento para a PEC. Major Fábio (DEM) não precisará nem pressionar o senador, aliado forte da causa.
Em defesa do Governo – Recebo e-mail do leitor Marcelo Agra Ramos ([email protected]) em manifesto de apoio as medidas amargas do Governo. “Meus três filhos engenheiros, formados na UFCG, estão empregados em empresas privadas, em Fortaleza, Salvador e Teresina”.
Paraíba anestesiada – E continua: “Até o Piauí ultrapassou a Paraíba, cujo governo está anestesiado com os encargos da folha de pessoal. Torço para Ricardo equacionar o orçamento, a fim de contribuir para que o Estado se desenvolva. Ele é jovem e quer ser reeleito”.
Dinheiro pra Campina – O deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP) conseguiu R$ 550 mil para o Plano Municipal de Saneamento Básico de Campina Grande. São recursos para melhoria da infraestrutura.
Duodécimo – O deputado Aníbal Marcolino (PSL) anuncia ação contra redução no duodécimo da Assembléia. Já Branco Mendes (DEM) lembra que o corte foi fruto de um acordo interpoderes.
Vá entender – Curiosa afirmação do vereador Geraldo Amorim (PDT): “Se Luciano continuar no ritmo que está não vai ter pra ninguém.”. Amorim é o mesmo que pede ao PDT para ser candidato.
Cicerista – O vereador Marcos Vinicius (PSDB) resolveu aparecer após especulações de adesão. Criticou ontem a idéia o lançamento da Guarda de Reserva e defendeu convocação dos concursados.
No aguardo – O deputado Manoel Ludgério (PDT) faz questão de se dizer honrado com o convite do Governo para a PBprev, mas avisa: só deixa a Assembléia quanto for criada outra solução.
Bolsa Folia – O prefeito Luciano Agra anuncia hoje subvenção assegurada para o ‘Carnaval Tradição’. As agremiações carnavalescas receberão R$ 227 mil para garantia da folia de rua.
Preocupação – Desde que assumiu a superintendência da Sudema, Rossana Honorato, só liberou cinco licenças ambientais. A média anterior era de 450 licenças por mês e 25 emissões por dia.
Das duas, uma – A situação causa apreensão entre construtores que precisam das licenças para tocar obras. Duas hipóteses: ou os superintendentes anteriores eram lenientes ou a atual é rigorosa demais.
Articulação – O deputado João Gonçalves (PSDB) atribuiu o avanço da oposição na Assembléia a indefinição da liderança do Governo. “A estrutura de articulação está totalmente desorganizada”.
Acabou a trégua – O deputado Lindolfo Pires (DEM) questionou a quebra de promessa de trégua de 100 dias feita pela Oposição. “É muito precoce criticar um Governo que está apenas começando”.
Entre aspas – “Eu tenho muito apreço ao governador José Maranhão”. Do vereador pessoense Mangueira, um dia após acusar a cúpula do PMDB de só se preocupar com engorda de bois.
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OPINIÃO - 22/11/2024