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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

O bote da Oposição

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publicado em 09/02/2011 ás 09h52

Não demorou muito. Logo na primeira oportunidade, a Oposição na Assembléia Legislativa partiu pra cima e decidiu abreviar a prometida trégua de 100 dias ao Governo Ricardo Coutinho (PSB). Nada mais natural, principalmente quando fica explícita a falta de apetite de grande parte da bancada governista.

Os oposicionistas surpreenderam com discursos contundentes. Escolheram as feridas mais abertas do momento. Invocaram a ira dos policiais e questionaram o não pagamento da PEC 300, apesar da Justiça ter suspendido os efeitos da proposta.

Botaram governistas na parede e imprensaram pautando um tema nada confortável: as demissões de contratados no Governo Maranhão III e pandemônio provocado pelo corte no pagamento de milhares de servidores pro tempore.

Percebendo a desarticulação governista, os petistas Luciano Cartaxo e Frei Anastácio deitaram e rolaram na tribuna da Casa de Epitácio Pessoa. Do jeito deles, avisaram que a ‘independência’ da bancada do PT está muito mais para morder do que para assoprar.

Do outro lado, o que se viu? Uma bancada governista intimidada e omissa. Se não fosse a intervenção do deputado Lindolfo Pires (DEM), o debate inflamado teria terminado apenas com o ponto, sem qualquer contraponto à altura.

A julgar pelo que se viu ontem na Assembléia, ou os deputados aliados do Governo não dispõem de argumentos convincentes para desmanchar as teses da Oposição, o que não parece a explicação mais lógica, ou a bancada governista opta voluntariamente pelo silêncio para veladamente se mostrar insatisfeita.

Pelo sim, pelo não, o núcleo duro do Governo deve acender o alerta. Um exército não ganha guerra com soldados que preferem se esconder ao invés de irem ao front, principalmente quando já se vê, do outro lado da linha de tiro, guerreiros armados e prontos para a batalha.

Lindolfo, a defesa e a credencial – O deputado Lindolfo Pires (DEM) pode até ter ficado ressentido com a falta de apoio do governador em favor de sua candidatura à presidência da Assembléia, mas o democrata virou a página e mostrou que é o melhor nome para assumir a liderança do Governo. Foi o único a enfrentar o discurso da Oposição em favor da PEC 300.

Nas alturas – Deu no heraldtribuna.com.br, de Heraldo Nóbrega: “Sobrevoa a cabeça do governador Ricardo Coutinho a idéia de vender os dois aviões do Estado: um Cheyenne e um Seneca. Justificativa: contenção de despesas, que está nas alturas”.

Poço de mágoas– O vereador de João Pessoa, Mangueira (PMDB), abriu a torneira de mágoas contra o seu partido. Reclamou do abandono da direção e tascou ironias contra a família Maranhão. “Eles só têm vontade de engordar seus bois e não ligam pros aliados”.

Crise nos PSF’s – A deputada Daniella Ribeiro (PP) denuncia falta de médico e remédios nos PSF’s de Campina Grande. Segundo ela, a deficiência da Prefeitura provoca inchaço no Hospital Regional.

Empate – Pelas contas do deputado Arnaldo Monteiro (PSC), a Oposição tem 18 votos na Assembléia Legislativa. O parlamentar tem esperança na manutenção dos aliados no bloco.

Assédio – O deputado Tião Gomes ficou muito sensibilizado com o convite do líder do PMDB, Gervásio Filho, que ofereceu ao PSL a presidência de duas comissões importantes da Casa.

Recado – Em contato com a coluna, Tião admitiu inclinação ao acordo. “O PSL não pode perder uma oportunidade de ficar bem representado. Não podemos ser hostilizados por alguns articuladores”.

O estopim – Tião não perdoa as articulações de Domiciano Cabral (DEM) e Edmilson Soares (PSB), que teriam “isoladamente” fechado três presidências para João Gonçalves, Zé Aldemir e João Henrique.

Meninos de recado – Não foi muito amistosa conversa ontem entre o presidente da Assembléia, Ricardo Marcelo, e os filhos de uma deputada. Trouxeram um recado do pai prefeito. Voltaram com outro.

Nível – Experiente e testado vereador confessava, em tom de desabafo, nos bastidores da Câmara de João Pessoa. “De todas que eu convivi, essa é a pior legislatura”. Ninguém duvida.

Prego batido – Independente do desfecho do caso PBprev, a estratégia do Governo já decidiu: uma solução será criada para garantir mandato ao suplente Hervázio Bezerra (PSDB) na Assembléia.

Disputa doméstica – Os girassóis estão em rota de colisão com os fiéis de Luiz Couto (PT) pelas indicações da direção da Funasa e do Ibama. Quem vencerá: a reza do padre ou as rosas de Edvaldo?

Tercius – Um terceiro pretendente paquera a Funasa. O senador Vital do Rêgo (PMDB) quer manter Bruno Gaudêncio. Um aliado de Couto provocou: Dilma sabe que por onde o PMDB passou…

Entre aspas“Mesmo em outras situações mais críticas tivemos apoio”. Do prefeito Veneziano Vital, nem aí para a crise do Governo e de olho nas verbas para o São João de Campina.

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