João Pessoa, 08 de fevereiro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Os enfrentamentos políticos da recente guerra judicial em torno do mandato do então governador Cássio Cunha Lima feriram de morte a imagem da Assembléia Legislativa. De palco central dos debates sociais, a tribuna da Casa de Epitácio Pessoa cedeu lugar ao embate mesquinho e estéril.
A renovação registrada em 2010 não revelou um posicionamento de protesto do eleitor contra a improdutividade da legislatura anterior. A Assembléia ganhou novos nomes, mas a maior parte não produziu qualquer novidade. Muitas “raposas” retomaram cadeiras e novas figuras chegaram pela força de velhos conhecidos da política.
Pois bem, a Assembléia retoma hoje os trabalhos legislativos. Os parlamentares e bancadas já externam interesse na partilha de espaços das comissões temáticas da Casa, no entanto até agora não há sinal de que teremos um deputado ou deputada acima da média, como aconteceu em outros momentos no Parlamento Estadual.
Por enquanto a saída é torcer para que nossos representantes sejam tomados por um incontido desejo e vontade política de fazer diferente. E melhor. Vamos rogar por mais inspiração, criatividade e espírito público dos nossos deputados. Infelizmente, no caso da Paraíba é quase utópico apelar por engajamento nas grandes lutas populares em detrimento dos interesses paroquiais.
Infelizmente, não dá pra esperar muito de uma parcela de parlamentares movida apenas pelo empenho em aumentar a participação de apadrinhados e familiares nas esferas de poder. A esmagadora maioria é desprovida de uma bandeira de atuação sólida e tangível. Na campanha, gastou-se muito dinheiro, mas pouca saliva para convencer o eleitorado. Só resta esperar que as exceções superem a mediocridade.
Vitalzinho, a violência e a PEC – O senador Vital do Rêgo Filho (PMDB) voltou a cutucar o governador Ricardo Coutinho. Na tribuna do Senado, Vitalzinho falou ontem do crescimento da violência na Paraíba. O senador lamentou a negativa do Governo em conceder os reajustes previstos na PEC 300. Esqueceu apenas que a Justiça suspendeu os efeitos da Lei.
Pacote de adesões – O prefeito de João Pessoa, Luciano Agra, fechou a maioria de dois terços na Câmara com as adesões dos vereadores Sérgio da Sac (PRP), João dos Santos (PR) e Luiz Flávio (PSDB). Felipe Leitão (PRP) só não entrou no pacote porque estava viajando.
A opinião de Ruy – O deputado federal Ruy Carneiro (PSDB) não quis meter a colher na provável adesão do vereador Hervázio Bezerra (PSDB) ao governador Ricardo Coutinho. “Respeito qualquer decisão, mas acho que ele perderá muito politicamente se aderir”.
Insegurança – Se sobra disposição para ir à Assembléia, falta segurança ao vereador Hervázio. Ele revelou temor diante das recentes decisões do STF sobre a posse de suplentes. Aumenta a tensão.
Tempero – Após primeiro contato na residência de Cícero Lucena (PSDB), Hervázio foi chamado pelo senador para nova conversa. Almoçaram juntos ontem. Marcus Vinicius foi testemunha.
Faltou o mínimo – De acordo com dados divulgados pela Controladoria Geral do Estado, o Governo Maranhão II não atendeu aos valores mínimos de aplicações em saúde (12%) e educação (25%).
Divergência – As despesas relativas à educação atingiram pouco mais de 24% da receita. Na saúde, os gastos não ultrapassaram o índice de 10,43%. Números divergentes da propaganda maranhista.
Roda viva – O presidente estadual do PT, Rodrigo Soares, contestou apoio à reeleição de Agra e defendeu candidatura própria. Rodrigo votaria agora em Luiz Couto, o rejeitado para o Senado?
Dois – A Secretaria de Administração de Campina Grande chamou aprovados no último concurso realizado em 2007. Detalhe: a convocação desta vez abrange apenas dois concursados.
Pedagogia – O vereador Fernando Carvalho (PMDB) preocupado com mania de muitos campinenses. Ele pediu a STTP a realização de campanhas para estimular o pedestre a usar a calçada.
Independência – Conforme a coluna antecipou, o deputado Frei Anastácio (PT) reagiu contra insinuação de Júlio Rafael. “O PT ainda não é um bloco de carnaval, como ele quer, onde tudo é possível”.
Estéril – A suspeição contra o ministro Joaquim Barbosa levantada pelo deputado Romero Rodrigues (PSDB) não ajuda em nada ao primo Cássio Cunha Lima. Só piora o que já está ruim.
Assédio – Depois de sair do PPS, a vereadora pessoense Eliza Virgínia já tem dois convites para nova filiação. Um foi do PSDB, via Cícero Lucena, e o outro partiu do PTB de Armando Abílio.
Entre aspas – “Eu estou me sentindo injustiçado”. Do deputado João Gonçalves, contestando estudo da Transparência Brasil, que considerou irrelevante a produção parlamentar do tucano.
Reprodução do Correio da Paraíba
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