João Pessoa, 07 de fevereiro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Definitivamente a política não é uma ciência exata. É o que se pode concluir quando determinados agentes públicos vivem fase de ascensão numa esfera de poder e ao mesmo tempo experimentam encolhimento na sua base aliada.
É mais ou menos a situação vivida atualmente pelo senador Cícero Lucena, que carimbou seu nome na lista dos expoentes do PSDB nacional ao assumir a primeira secretaria do Senado, um dos cargos mais importantes do Congresso.
Paradoxalmente, o status recém conquistado não reflete no exercício da liderança de Cícero na Paraíba. Enquanto ascende em Brasília e figura na escalação do primeiro time do Senado, o “caboclinho” assiste seu exército rumando para outras plagas. É um movimento que contraria a lógica.
Ora, Cícero Lucena tem hoje a chave do Senado e será o gestor de um orçamento bilionário. A conseqüência mínima dessa configuração deveria ser a ampliação da sua representação política impulsionada pela aura de perspectiva de poder.
O que se vê é exatamente o contrário. Apesar de presidir o PSDB, Cícero não conta mais com nenhum voto na Assembléia e corre o risco de ficar sem expressão na Câmara de João Pessoa. Na bancada federal, só exerce relativa influência perante o pupilo Ruy Carneiro (PSDB) e internamente recrudesce o bombardeio sobre a sua permanência no comando partidário.
Mas as “pegadinhas” da política não atingem somente Cícero. Há muitos casos. Fora do poder, Maranhão deu trabalho ao então governador Cássio em 2006. Anos mais tarde, sentado na cadeira do Palácio da Redenção amargou expressiva derrota.
Já Veneziano derrubou duas vezes o candidato de Cássio em Campina, mas no pleno exercício do mandato não transferiu votos para o irmão e a mãe. E o exemplo mais recente: Ricardo Coutinho venceu o Governo justamente na fase em que todo o PIB eleitoral do PSB e outros partidos lhe abandonaram. Surpresas da política.
Hervázio, Aníbal e o passado – O vereador Hervázio Bezerra (PSDB) respondeu a “crítica” antecipada do deputado Aníbal Marcolino (PSL), que relembrou o passado para espinafrar a tese de adesão do tucano ao Governo. “Quando ele aderiu a Ricardo depois de ter votado em Ruy Carneiro eu não fiz censura. Sempre respeitei para ter o direito de ser respeitado”.
À francesa – Aliás, entre os aliados de Hervázio houve quem comparasse a postura do vereador em consultar Cícero Lucena com os ex-ciceristas que foram para os braços do Governo sem ao menos comunicar a decisão ao presidente do PSDB.
Disputa interna – Pelo que a coluna apurou, Giucélia Figueiredo ganhou a queda de braço interna com Anselmo Castilho e será a indicada pelo PT para a Delegacia Regional do Ministério do Desenvolvimento Agrário na Paraíba.
Troco – Na reunião da executiva estadual do PT hoje, deputados prometem rechaçar o superintendente do Sebrae, Júlio Rafael, que questionou a “independência” da bancada na Assembléia.
Suplentes – O Supremo Tribunal Federal mandou empossar o deputado federal Humberto Souto, suplente do PPS de Minas. É mais uma decisão que deixa os suplentes das coligações em pânico.
Insatisfação – O professor Fernando Lopes, da direção da APLP, garante que o Governo se excedeu nos cortes e prejudicou a categoria. Promete reação da entidade já a partir desta segunda-feira.
Nova eleição – A convenção de Itapororoca ontem reproduziu a divisão dos cordões. Com Celso Morais, estiveram Cássio e Zenóbio. Do lado de Erilson Rodrigues, Enivaldo Ribeiro e Rodrigo Soares.
As zonas – O deputado federal Romero Rodrigues (PSDB) defende a criação da Zona Franca do Nordeste. Wilson Santiago (PMDB) chegou a cogitar a ZF do Semi-árido. Ficou no discurso.
Extorsão – Dessa vez, o deputado João Henrique (DEM) pegou pesado. Acusou os vereadores da Oposição de Monteiro de tentarem extorquir a prefeita Edna Henrique (DEM). O clima é quente.
A bíblia do Frei – O deputado Frei Anastácio (PT) tem carregado debaixo do braço um grosso compêndio. De longe pode até parecer uma bíblia, mas na verdade é um relatório das demissões na Educação.
Paz pela paz I – O MovPaz se coloca a disposição do Governo para colaborar com implantação de um programa de cultura de paz e não violência. O movimento já recebeu sinal positivo do governador.
Paz pela paz II – “O Movpaz tem convicção que com outros parceiros e a gestão pública com foco definido, poderemos em breve tempo voltar a ser uma Paraíba de paz”, diz nota de Almir Laureano.
Acessibilidade – O leitor Jaime Martins ([email protected]) reclama da conservação das calçadas de João Pessoa e sugere que a Prefeitura realize intervenção para facilitar a vida dos pedestres.
Entre Aspas – “Meus dias não estão tranquilos, nem minhas noites calmas”. Lamento de Cássio Cunha Lima, enquanto Wilson Santiago sonha acordado no Senado.
Reprodução do Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 26/11/2024