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‘Facebook evangélico’ veta beijo gay e libera foto de biquíni

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publicado em 08/06/2015 ás 10h08
atualizado em 08/06/2015 ás 10h09

O mundo das redes sociais já viu a ascensão e queda do Orkut, o domínio do site de Mark Zuckerberg e agora assiste ao surgimento do brasileiro FaceGlória, o “Facebook Evangélico”. Voltado a fiéis, o site ressuscitou um projeto de 2012 que estava programado voltar ao ar só em outubro, mas foi lançado neste mês para aproveitar a Marcha para Jesus 2015, que reuniu 340 mil fiéis em São Paulo, na última quinta-feira (4). Segundo um dos criadores, Átilla Barros, o site também pegou carona na polêmica da Boticário, alvo do boicote de religiosos por ter criado para o Dia dos Namorados uma propaganda em que casais homossexuais e heterossexuais trocavam presentes. Saldo: aproximadamente 50 mil usuários até agora.

Na aparência, a rede social mescla os visuais de Twitter e Facebook: uma caixa de texto no alto da página pede “Escreva aqui o que você está pensando”, a barra lateral da direita exibe amigos e fotos, enquanto a da esquerda mostra as últimas atividades no site. Também há um bate-papo, que ganhará a capacidade de enviar vídeos, fotos e áudios. Diferentemente desses sites, porém, o FaceGlória troca o botão “curtir” pelo “amém” e posiciona no topo da página um tocador de músicas de cantores gospel.

Espaço Clean
Para Barros, a rede social é um refúgio para pessoas descontentes com o Facebook. “A gente acredita que, em cinco anos, vai acontecer com o Facebook o que aconteceu com o Orkut, e vai abrir espaço para novas redes sociais segmentadas.”

Ele descreve o site como “um espaço mais clean”, para divulgação de novas bandas e cantores de música gospel, ministérios e igrejas. “O ‘Faceglória.com’ tem o objetivo de ser voltado aos jovens de cabeça sadia, voltado para a família.”

Nada de beijo gay
Homossexuais e adeptos de outras religiões são aceitos, diz Barros. “É uma rede social que não vai segregar ninguém, todavia é uma rede social com uma certa restrição de conteúdo.” A limitação inclui pornografia, palavrão, fotos que mostrem o consumo de álcool, cigarro e outras drogas, além de cenas de violência. Beijo gay pode? “De jeito nenhum”, diz. E beijo lésbico? “Piorou.” Por outro lado, não serão vetadas imagens de mães amamentando nem as que mostrarem mulheres de biquíni. “A praia e a natureza são feitas por Deus”, argumenta.

A paquera é liberada. “Pode e deve”, diz Barros, acrescentando que, dentro de cerca de um mês, a rede social terá um serviço chamado provisoriamente de “Namoro Evangélico”, uma espécie de Tinder para “pessoas que compartilham da mesma fé”. “A gente vai abrir um canal para essa finalidade, para os jovens paquerarem, namorarem e casarem.” O serviço listará pretendentes de acordo com idade e estado onde moram, por exemplo.

Após testar o FaceGlória, o G1 não localizou uma seção que mostrasse os termos de uso da plataforma, que, em redes sociais como Facebook, Twitter e Google+, por exemplo, descrevem quais são os limites impostos aos usuários. “Algumas postagens passarão por análise”, diz Barros.

Marcha para Jesus
Segundo Barros, ligado à Assembleia de Deus, o site foi criado por um grupo de jovens de outras igrejas, como a Congregação Cristã no Brasil, Mundial do Poder de Deus, Universal do Reino de Deus, Quadrangular e Renascer em Cristo. Foram gastos R$ 40 mil até agora.

Produzido por uma empresa de Manaus, o site ainda está sendo estruturado. A chance de usar a Marcha para Jesus 2015 como vitrine antecipou o lançamento. A ideia nasceu em 2012 (o domínio foi registrado em janeiro daquele ano) e só seria lançada oficialmente em outubro deste ano. A antecipação explica algumas funções serem falhas. Por exemplo: se um usuário tentar apagar uma só foto, pode acabar deletando o álbum inteiro. No teste do G1, o site ainda demorou para carregar. Aspirantes a usuário reclamam que a confirmação de inscrição não chega.

A implantação de correções a esses problemas, diz Barros, será acompanhada do lançamento de aplicativos do FaceGlória para Android, iOS e Windows.

G1