João Pessoa, 31 de janeiro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A Paraíba entra nesta semana em fase de análise e reflexão dos primeiros 30 dias da nova gestão estadual, aguardada por considerável parte do povo paraibano com muita expectativa positiva pelo histórico incomum do governante que ascendeu ao poder em condições completamente adversas às nossas tradições políticas.
Tão logo tomou posse, no primeiro discurso como governador do Estado, Ricardo Coutinho anunciou que cortaria gastos, extinguiria privilégios, suspenderia contratos prejudiciais ao erário, economizaria nas atividades-meio para investir nas atividades de ponta.
E assim o fez. Talvez bem mais do que o esperado. Para muitos, o Governo exagerou quando cortou gratificações implantadas há décadas em contracheques e incorporados a orçamentos de servidores com contribuição efetiva ao Estado.
Conviver com a falta de aumento já causa amuo, mas perder dinheiro provoca insatisfação além da conta. A incisão para o ajuste fiscal e financeiro do Estado tem sido dolorosa no bolso de muita gente, inclusive em quem apostou na mudança.
Ao mesmo tempo em que desagrada parcela do funcionalismo, Ricardo parece pavimentar ações com resultados de impacto no conjunto da sociedade. Essa pode ser a crença que motiva o governador a seguir adiante, mesmo tendo a dimensão do desgaste inicial. A experiência similar em João Pessoa conta a favor do novo governador.
Acerta quando ao mesmo tempo em que enfrenta as resistências localizadas por aqui, não perde de vista a busca de parcerias que pode celebrar com o Governo Federal. Somente uma proativa interlocução em Brasília, por meio de convênios e obras, suplantará a seca do déficit orçamentário e finanças capengas. É a única saída capaz de impedir que o primeiro ano do Governo seja lembrado apenas pelas notícias ruins.
Segurança – O governador já tem em mãos números a favor da sua gestão na área de segurança pública. Os índices apresentados pelo secretário Cláudio Lima mostram considerável melhora e diminuição da violência, apesar da sensação cotidiana ser oposta. Nesse final de semana, Ricardo cobrou intensa divulgação desses dados.
Indicações – Após a reunião da Executiva do PT, programada para a tarde de hoje, as indicações acertadas pelos petistas serão encaminhadas à Chefia de Gabinete da Presidência da República para análise e posteriores nomeações.
Boca fechada – A propósito, o presidente estadual do PT, Rodrigo Soares, teria ficado chateado com o vazamento de sua indicação para uma das diretorias da Sudene. No PT, a ordem agora é o silêncio.
Vaga – Passado um mês do início do Governo, a secretaria de Articulação Governamental em Brasília continua sem titular. O governador ainda não encontrou a pessoa certa. Ou de confiança.
Sem agenda – Hilária postagem do deputado federal Wilson Filho (PMDB) no twitter ontem. Ele teve o celular roubado e está tendo o trabalho de refazer a agenda. Pediu os contatos dos conhecidos.
Preocupação – Louvável a preocupação do deputado Guilherme Almeida (PSC) sobre o impasse entre os cirurgiões do Arlinda Marques e o Governo. Só esqueceu que o problema vem de novembro.
Continua a guerra – O vereador Juraci Conrado (PTB) acusa a prefeita Edna Henrique (DEM) de gastar R$ 400 mil com empresa para recuperar estrada vicinal enquanto deixa quebrado o trator do município.
Fora do ar – Seguido por três mil pessoas, o twitter do Governo do Estado precisou passar por manutenção na tarde de ontem. Ficou fora do ar por algumas horas, mas já voltou ao normal.
Em off – Seguro do trabalho de articulação que fez e da impossibilidade de resistência do “adversário”, o presidente da Assembléia, Ricardo Marcelo, passou os últimos dias viajando.
Líder – O deputado Lindolfo Pires deve ser mesmo o líder do Governo na Assembléia Legislativa. Seria a melhor saída honrosa e um gesto de reconhecimento a um aliado de primeira hora.
A volta – O ex-superintendente do DER, Sólon Diniz, espera retornar à direção do DNOCS na Paraíba. Tem como padrinho forte o deputado federal e genro, Benjamim Maranhão (PMDB).
Cautela – A assembléia geral dos policiais está confirmada para esta quarta-feira no Ginásio da Caixa da PM. “Não queremos barulho. Queremos resultado”, frisou o coronel Maquir Cordeiro.
Entre aspas – "Não podemos tratar o carnaval de Cajazeiras como qualquer festa de padroeira". Do prefeito Léo Abreu (PSB), que reclamou, mas já anunciou cortes para realizar o evento.
Reprodução do Correio da Paraíba
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