João Pessoa, 26 de janeiro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A bancada governista não enfrentou dificuldades para aprovar as quatro medidas provisórias encaminhadas pelo Executivo à Assembléia Legislativa. A vitória folgada (17 votos contra 11) em votação de matérias delicadas aliviou a articulação do Governo e sinalizou que o governador já conta com maioria, mesmo sabendo que a partir de fevereiro a composição da Casa sofrerá alterações.
A primeira vitória de Ricardo Coutinho (PSB) se dá em momento extremamente conturbado. O Governo enfrenta o desgaste pelo não pagamento da PEC 300, o impacto das medidas amargas tomadas de contenção de despesas e demissão de servidores contratados.
Somente estes dois problemas ensejariam argumento suficiente e ambiente hostil capaz de propiciar um revés na votação de ontem. Mas o que se viu foi exatamente o contrário. O Governo teve folga até na apreciação da polêmica Medida Provisória que anulou uma leva de atos de autoria do então governador José Maranhão.
O resultado da votação solidificou a sensação que Ricardo Coutinho não terá grandes dificuldades de convivência com os parlamentares e nem enfrentará, pelo menos por enquanto, entraves para aprovar projetos de seu programa de Governo.
A bancada governista ainda terminou o dia maior com a anunciada e importante adesão do presidente da Assembléia, Ricardo Marcelo (PSDB), agora totalmente incorporado ao bloco governista, o que também contará ao seu favor na pretensão de reeleição.
Da oposição se esperava mais desenvoltura em solidariedade à vigência dos atos da lavra do ex-governador Maranhão, principal líder do grupo. Houve a defesa oposicionista, mas faltou o mais importante: os votos da bancada que foi eleita recentemente majoritária. O embate de ontem serviu para dimensionar tamanho de cada um no parlamento estadual. O Governo venceu o primeiro grande teste.
O passaporte de Ricardo Marcelo – “Estou me incorporando à base do Governo na Assembleia e estou pronto para ajudar o governador a construir uma nova Paraíba”, anunciou ontem Ricardo Marcelo, dizendo o que faltava para carimbar seu projeto e estancar qualquer desconfiança levantada pelas vozes que insistiam estigmatizá-lo como “pedra no caminho”.
Montagem da chapa – As vagas da terceira e quarta secretarias na chapa de Ricardo Marcelo devem ser ocupadas pelas deputadas Eva Gouveia (PTN) e Gilma Germano (PPS). Gilma está sendo contactada para entendimentos.
Prejuízo – Até onde a coluna pode apurar, o deputado Lindolfo Pires sentiu o baque do anúncio de apoio de Eva Gouveia a Ricardo Marcelo e procurou o governador no Palácio ontem à noite.
Diplomacia – Em contato com a coluna, o vice-governador Rômulo Gouveia (PSDB) evitou confirmar o voto da mulher em Ricardo Marcelo, mas também não desmentiu. Deixou o suspense.
Pista – “Minha decisão é a do governador. Mas recebo com alegria o apoio de Ricardo Marcelo a nossa bancada”, resumiu Rômulo antes de entrar em audiência com Ricardo no Palácio.
Haja otimismo – Apesar da visível desvantagem de Lindolfo Pires (DEM) no processo, o resistente deputado Tião Gomes (PSL) ainda tem fé na reversão do cenário. “Nós vamos ganhar a eleição”.
Vacilo – Talvez por um deslize, o deputado Fábio Lucena (PSDB) votou com a bancada governista na MP que anulava atos de Maranhão. Queria se abster, mas se levantou na hora errada.
Hibernação – Pergunta entre jornalistas que cobrem os trabalhos da Câmara de João Pessoa. Por onde anda o diligente e destemido vereador Tavinho Santos (PTB)? Está de férias ou em fase de reflexão?
Exótico – O ex-superintendente do Detran, coronel Francisco, nega pagamento de café da manhã no órgão pelo preço de R$ 200 mil. Superaria o indonésio Kopi Luwak, o café mais caro do mundo.
Sem acordo – Os cirurgiões do Hospital Arlinda Marques rejeitaram acordo firmado entre a Secretaria de Saúde e o Ministério Público e continuam em greve. A SES garantia pagar os meses em atraso.
Escapou – O prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital (PMDB), obteve nova vitória no Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, onde era acusado de abuso de poder e compra de votos.
Nublado – O deputado Major Fábio (DEM) se esforçou, mas discursou para poucos manifestantes na Praça dos Três Poderes ontem. Ou a chuva atrapalhou o protesto ou a liderança do major andou nublando.
Entre aspas – “Eu não sou deputado para votar. Quem vota são os parlamentares”
Do governador Ricardo Coutinho (PSB) mantendo discurso de neutralidade na disputa da Assembléia.
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OPINIÃO - 22/11/2024