João Pessoa, 25 de janeiro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A fala da deputada estadual Iraê Lucena em entrevista ontem ao Correio Debate soou como grito que muitos peemedebistas desejariam ecoar, mas por várias razões e motivos preferem silenciar, pelo menos por enquanto.
De forma polida e sem polemizar, Iraê quis dizer que as três (2002, 2006 e 2010) derrotas consecutivas do PMDB nas urnas são resultado da centralização demasiada do comando partidário nas mãos do ex-governador José Maranhão.
Ela fez questão de diferenciar os estilos de gerenciamento partidário de Maranhão e de Humberto Lucena, um dos mais emblemáticos filiados do partido. “Humberto Lucena presidia para todos”, distinguiu a filha do ex-presidente do Congresso Nacional.
Em outras palavras, Iraê condenou a “imposição” de figuras inexpressivas, politicamente falando, na direção do partido, como Antônio Souza, e a predileção do ex-governador pelos sobrinhos, alvo recorrente de queixas na campanha.
A deputada não quis entrar em detalhes, mas garantiu que, além dela, pelo menos dois colegas reclamaram da perda de apoios e invasão de redutos pelos irmãos Olenka e Benjamim. Esse foi um dos episódios que motivaram o rompimento.
Agora já sem medo de represália, Iraê admitiu que no começo de 2010 havia um sentimento contido no PMDB de preferência por um candidato jovem para enfrentar o socialista Ricardo Coutinho. Esse nome seria o do prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo.
Naquele período, ninguém no PMDB quis peitar o domínio do então governador, que encastelado no Palácio da Redenção nunca admitiu e nem deixou aberta a hipótese de abdicar da reeleição, disputar o Senado e apoiar outro nome em ascensão dentro da legenda. Hoje, talvez o próprio Maranhão fosse grato a uma dissidência que preferiu se fingir de morta.
Prefeitura de CG quer ser ouvida – A secretária de Saúde de Campina Grande, Tatiana Medeiros, ainda desconhece negociação do Governo com o Hospital Materdei para cessão de instalações ao Hospital Regional. Ela espera que antes da concretização do acordo a Prefeitura de Campina Grande, que repassa R$ 600 mil ao Regional, seja auscultada.
Jogando a toalha – Em recente reunião familiar, o ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB) teria confessado não ter mais esperanças no julgamento da liminar no STF, antes de fevereiro. Já se conforma com a iminente posse de Wilson Santiago.
Anônimos – Servidores teriam criado o Movimento Livre da Cagepa. Dizem que querem livrar o órgão de corruptos, incompetentes e bajuladores. Prometem informar tudo ao governador.
De volta ao batente – Sem mandato, o advogado Jeová Vieira Campos (PT) se prepara para voltar aos tribunais. Está montando escritório em João Pessoa de assessoria jurídica a gestores públicos.
Prematuro – O suplente Raoni Mendes (PDT) teria se aquietado da ânsia em retornar à Câmara quando, após fazer discreta pressão, ouviu de Luciano Agra. “Você não nasceu de sete meses”.
CTI – O secretário de Planejamento, Gustavo Nogueira, incorporou bem o discurso de crise. Comparou a situação financeira do Estado a um paciente com risco de falência múltipla dos órgãos.
Colados – Faz parte da estratégia do governador Ricardo Coutinho e do prefeito Luciano Agra o ajuste de agendas. Ontem, visitaram comunidade atingida pelas chuvas e vão repetir aparições juntos.
Primitivismo – Aparecida é cortada pela movimentada BR-230, mas o prefeito Deusimar Guedes quer manter o município na Era da Pedra Lascada. Há um ano, a carne da cidade é abatida às margens do rio.
Acordo – A bancada federal (deputados e senadores) do PMDB na Paraíba, reunida no final de semana, fechou questão pela reeleição do presidente da Câmara Federal, Marcos Raia (PT-RS).
Nostalgia – O encontro foi na casa de Vitalzinho e teve a presença de Maranhão. O anfitrião serviu rocambole, bolo mesclado e suco. Em memória ao ex-governador, o queijo do reino foi posto a mesa.
Faltou combinar – À tarde, o deputado Anísio Maia anuncia reunião do PT para hoje. No começo da noite, o presidente Rodrigo Soares desconheceu qualquer encontro programado. Divergem até nas datas…
Expectativa – O deputado Ricardo Barbosa tentou tranqüilizar a Polícia sobre a votação na AL da MP que anula promoções. O coronel Maquir, da Caixa da PM, manteve a preocupação da categoria.
Alívio – O secretário de Recursos Hídricos do Estado, João Azevedo, garante não haver motivo para pânico por conta das barragens da Paraíba. Quatro equipes estão monitorando os reservatórios.
Entre aspas
“Iraê Lucena se transformou num poço de contradições após trair o PMDB”
Do inclemente presidente estadual do PMDB, Antônio Souza.
Reprodução do Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024