Depois de muita zoada, o ministro Gilberto Ochi, da Integração Nacional, desistiu de aparecer em sessão na Assembleia Legislativa da Paraíba para debater nosso alarmante e deplorável quadro hídrico. Não fez falta. Se viesse, seria para conversar e passar manteiga na venta de gato.

Aliás, é isso que o Governo Federal tem feito diante da grave e inclemente seca. Nada. Limita-se a dar novos prazos do calendário da Transposição do São Francisco, tocada por quase uma década. Aí perguntamos: enquanto a obra se arrasta e não vem, qual é o plano para minimizar o sofrimento da falta d’água?

A resposta todos nós sabemos. Nenhum. Até o arcaico programa de abastecimento por carro-pipa está capenga. Nem parece que a atual e cambaleante presidente foi eleita com o apoio maciço dos nordestinos. Aqui, 64% dos paraibanos disseram “sim” a mais um mandato da herdeira política de Lula.

Quando temos 60 municípios em racionamento, 24 em colapso total e apenas 70 com abastecimento regular, conforme dados da Cagepa, significa que não dá pra esperar muito. Retórica não mata sede de ninguém. Os dados justificam por si só um esforço total e uma operação de emergência dos governos, com o uso do Exército e outras forças do aparato estatal, para impedir que venha o pior.

Doutor Gilberto Ochi não precisa gastar diária e avião da FAB para constatar o óbvio. No lugar de insuflar o ego dos deputados que brigaram pelo controle da frustrada sessão e gastar saliva falando em novos prazos da Transposição, melhor seria dotar o Estado de recursos e infraestrutura para garantir água potável aos paraibanos.

Diante do desastre hídrico que vivemos, não há espaço para desculpas de cortes do ajuste fiscal e queda de orçamento dos ministérios. As medidas a serem adotadas são humanitárias, porque o que a Paraíba já vive no momento, com avassaladora tendência de piora, tem contornos de tragédia. O pior; uma tragédia anunciada.

Prioridade…
O cancelamento da presença do ministro ficou muito mal explicado. Alegou-a ausência dos parlamentares paraibanos, a maioria no Congresso da Unale, em Vitória (ES).

…Máxima
Há de se questionar: a seca não seria prioridade maior que um evento anual de debates legislativos? Presidente da Frente da Água, Jeová Campos (PSB), espera nova data.

Diversidade conceitual
A deputada Estela Bezerra (PSB) está mesclando sua atuação na Assembleia e ampliando o raio do seu mandato. As bandeiras abraçadas vão do fortalecimento da política de adoção ao debate da sustentabilidade do meio ambiente, esse último um tema que dialoga diretamente com João Pessoa, seu principal alvo e base política.

Peso de…
O cancelamento de outras duas (Pernambuco e Bahia) agendas correlatas aumentou o custo do cachê de Zé Ramalho para o maior São João do Mundo, em Campina Grande.

…Ouro
Eis a explicação do cancelamento do show dada pelo coordenador do evento, Temi Cabral. Para Ramalho vir, a Prefeitura teria que pagar R$ 160 mil, em tempos de crise.

Marketing político
Quem está de olho em 2016 já pode se apressar. A empresa CheckMat abriu temporada de cursos de estratégias. Dia 4 de julho, na Águia Conhecimento (Cabo Branco).

Mudança…
Entre os beneficiados com cheques do Banco Cidadão assinados ontem pelo prefeito Luciano Cartaxo, uma ex-prostituta que decidiu virar a página e ser cabeleireira.

…De vida
Trata-se de Malu Braga, de 38 anos. Ela foi uma dos 252 empreendedores contemplados. Na gestão do petista, quase R$ 20 milhões já foram liberados.

Start
A campanha para Reitoria da UFPB começou. Simpatizantes pegaram o gancho da festa de aniversário do professor Luiz de Sousa Júnior para reunir e vitaminar o exército.

PINGO QUENTE
“Se ele viesse seria desmoralizado”.
Do deputado Anísio Maia (PT), sobre o adiamento da visita do ministro Gilberto Ochi à Paraíba.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba

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