João Pessoa, 15 de junho de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
No auge dos seus 35 anos, o Partido dos Trabalhadores busca uma saída para a maior das crises de sua história. O saldo do Congresso Nacional da legenda, encerrado nesse sábado, em Salvador (BA), provou o atual momento de perplexidade vivido pela sua militância e principais lideranças.
É como se o PT estivesse num grande labirinto, tentando encontrar, sem achar ao certo onde e como, alternativas para a virar a página da maré negativa, agravada pelo abalo na sua credibilidade com o advento e exploração do Petrolão, uma versão piorada do malfadado Mensalão, que levou expoentes da sigla ao presídio.
As bordoadas deixaram petistas, Brasil afora, atordoados. O partido, forjado na luta contra a corrupção e estilingue por décadas das demais legendas, caiu na vala comum e perdeu o discurso da ética, tantas vezes inflamado para invocar seu diferencial programático, algo que não se sustentou na prática.
Na gestão, o PT também enfrenta uma situação delicada. As medidas tomadas pela presidente Dilma no seu contestado ajuste fiscal dividiram a legenda. Dilma, que sempre enfrentou críticas internas, está cada vez mais isolada internamente. O seu esvaziado discurso no Congresso, recebido com frieza pela militância, foi a prova cabal.
Emaranhada nesse turbilhão de problemas, a direção vê como caminho a seguir a reaproximação da sua aguerrida militância, além de voltar a dialogar com mais profundidade com os movimentos sociais. No poder, o partido perdeu essa liga com suas bases, em nome do pragmatismo e da competitividade política, apesar de ainda continuar sendo exemplo de democracia interna e vivacidade de seus organismos.
Presidente estadual do PT, Charlinton Machado, defende essa linha: “Devemos também aprofundar nossas alianças com os movimentos sociais. O partido deve estar atento ao que está acontecendo nas ruas, nas manifestações políticas e nos movimentos sociais, sem perder de vista esse leque de relações historicamente construídas”.
Por ironia do destino, no quarto mandato consecutivo comandando o Brasil, o PT procura uma estrela para guiar-lhe. As suas perderam o brilho que outrora iluminou gerações, empolgou multidões e acendeu esperanças.
Baião…
Na convenção estadual do PSDB, o senador Cássio Cunha Lima acenou para dois temas principais: as ações que tramitam contra o governador Ricardo Coutinho no TRE…
…De dois
…E os casos recentes de violência na Paraíba, “que vive uma escalada de violência sem comparação histórica com qualquer época do nosso Estado”, nas palavras do tucano.
Transpondo a barragem de críticas
Antes de chegar a Boqueirão para plenária do Orçamento Democrático, o governador Ricardo Coutinho sobrevoou a obra da Transposição. Na cidade, castigada pela seca, fez um relato do que viu e defendeu a presidente Dilma: “A obra está sendo feita. Eu vi muita gente trabalhando, diferentemente do que alguns dizem. A nossa esperança reside exatamente na Transposição”.
Depuração
Na última reunião, a oposição fez as contas do seu tamanho. A notícia boa: Tem 15 integrantes. Notícia ruim: só pode contar, efetivamente, com 10 no combate ao governo.
Lado…
Sem mandato, após 20 anos seguidos de atividade pública, o ex-deputado Ruy Carneiro (PSDB) já conseguiu garimpar os bônus da nova etapa da vida fora dos plenários.
…Bom
“Hoje eu sou um pai muito melhor que quando era deputado. Antes, eu era ausente”, confessa o tucano, acrescentando que também passou a conhecer os verdadeiros amigos.
Xabu
De Brasília, onde dialogou com a direção nacional do seu partido, o vice-prefeito Nonato Bandeira (PPS) saiu com uma certeza: a fusão com o PSB foi pro espaço.
Nem mel…
Deu na Coluna Panorama Político, assinada por Ilimar Franco, no Jornal O Globo. “Depois de rejeitar a fusão, o PSB tentou amarrar o PPS nas eleições de 2016…”.
…Nem cabaça
“…Propôs prioridade nas alianças em todo o país. O ex-futuro agregado não aceitou. A cúpula do PPS concluiu que as disputas locais não recomendam o acordo”, diz a nota.
PINGO QUENTE
“Defender o PT não é fingir que está tudo bem”.
Do deputado Anísio Maia (PT), para quem a militância não pode aceitar apenas “mudanças cosméticas”.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
OPINIÃO - 22/11/2024