João Pessoa, 17 de janeiro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Em abril de 1992, quando me encontrava no exercício do cargo de presidente do CRA/PB, propus e a Diretoria aprovou que trouxéssemos à Paraíba, para palestras em João Pessoa e em Campina Grande, com lançamento de seu então mais novo livro “Poder & Domínio”, o administrador e professor Nogueira de Faria, bem conhecido nos centros universitários brasileiros, especialmente nas áreas de administração e engenharia, por suas obras de “organização & métodos”.
Aqui em João Pessoa o evento teve por local o auditório da então ETFPB (agora IFPB), em uma manhã de sexta-feira, e, como presidente do CRA/PB, mesmo diante do interesse e tantas perguntas formuladas ao palestrante naquela ocasião, tive de justificar que as respostas seriam posteriormente enviadas, tendo em vista que a TV Cabo Branco aguardava Nogueira de Faria para entrevistá-lo no JPB 1ª Edição. O entrevistador era o jornalista Chico Maria, que, entre suas perguntas, fez a seguinte: “Pode mencionar um nome de brasileiro que tenha mesmo poder e domínio?”
– “Menciono o principal deles, que corresponde ao dono das Organizações Globo, Roberto Marinho” – respondeu o professor.
Dias depois dessa entrevista o então diretor de jornalismo da TV Cabo Branco, Erialdo Pereira, dissera-me que até aquele tempo Nogueira de Faria tinha sido o entrevistado que mais repercutiu na 1ª edição do JPB, caracterizando o quanto o poder é, mesmo, “atraente”!
Nesse particular, costumamos muito criticar só os políticos, como que só eles persigam “poder & domínio”. Entretanto, Nogueira de Faria naquele seu livro já destacava que “A ânsia de dominação é uma constante em nossas vidas e sempre cresce embutida no comportamento das pessoas, dos grupos… e vem disfarçada sob muitas capas aparentemente lógicas, patrióticas e sociais”.
Nogueira de Faria tinha mesmo razão. O que constatamos não é apenas disputa pelo poder no âmbito político-partidário-governamental, não! Essa disputa (boa parte dela sem qualquer escrúpulo, muito menos ético) constata-se em todos os campos. Até mesmo em entidades para cujos cargos não existe remuneração (ou seja, são funções exercidas voluntariamente e obviamente não remuneradas), a disputa faz-se com a utilização de tantos recursos (recursos financeiros, fuxicos, promessas, sementes de mentiras etc) que temos de lembrar Henry Kissinger ao dizer: “Nada no mundo é tão afrodisíaco quanto o poder”. E relembrar Nogueira de Faria: “A ânsia da dominação vem disfarçada sob muitas capas aparentemente lógicas, patrióticas e sociais”.
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