João Pessoa, 18 de junho de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Agora que tem, mais do que nunca, o jogo político da Paraíba em suas mãos, o governador Ricardo Coutinho avança nas cartas. No comando absoluto da situação, agora sem precisar dividir os louros da vitória e do poder com ninguém, diferente do primeiro mandato, o socialista age em duas frentes.
Foca na ampliação do leque partidário que lhe garanta sustança para chegar vitaminado em 2018 e com condições de tentar impor um nome para a sua sucessão e insemina articulações de crescimento do seu partido, o PSB, nas principais e estratégicas cidades do Estado.
Pra começo de conversa, tomou da oposição o controle do PEN, partido fundado pelo então presidente da Assembleia, Ricardo Marcelo. Mexe-se para trazer para debaixo de suas asas o Pros, do ex-deputado Major Fábio, um calo no sapato no processo da reeleição em 2014, e mira ainda no PSDC, do vereador João Corujinha .
Geopoliticamente, engendra processo de ocupação de espaços regionais. A começar pela Região Metropolitana de João Pessoa. Na Capital, tentará retomar seu território, renovar o mandato de Expedito Pereira em Bayeux, lançar nome competitivo em Cabedelo e construir alternativa em Santa Rita.
Movimento idêntico deflagrou na simbólica Guarabira, governada por décadas pela gangorra Toscano X Paulino, costura projeto em Monteiro, só pra citar algumas cidades, afora o estímulo deliberado a “companheiros” em municípios de menor envergadura, mas igualmente importantes na soma total.
Já conta em Cajazeiras com a prefeita Denise Oliveira, praticamente sem adversários, deve dar uma injeção em Sousa para viabilizar o aliado Fábio Tyrone, prestes a se filiar ao PSB, e tem em Campina Grande seu maior e instigante desafio: abater o grupo Cunha Lima em pleno domínio.
Depois da reeleição, Ricardo só quer continuar “mago” no biótipo. Na política, ele está com apetite para engordar seu tamanho eleitoral ao nível da obesidade. De preferência, matando a oposição de inanição.
Pra não passar…
Da audiência no Ministério da Fazenda, o governador Ricardo seguiu direto para a Integração Nacional, para onde foi chamado às pressas pelo ministro Gilberto Ochi.
…No seco
Alguém por lá deve ter percebido que pegava mal não entrar com um centavo federal no Plano Estadual de Enfrentamento à Estiagem a ser lançado pelo socialista, hoje, às 10h.
Esforço concentrado
No geral, o governo mais uma vez conseguiu impor sua soberania em plenário na pauta recheada, ontem, na Assembleia. Aprovou de empréstimos à LDO, sem dificuldades. Coube ao deputado João Bosco Júnior (PSL) a autoria da emenda que suprimiu do Plano Estadual de Educação a inserção da discussão de gênero no processo pedagógico.
Debate
“A ideologia de gênero tenta desconstruir o conceito de homem e mulher”. Do padre Luís Júnior, da Pastoral da Família, contrário à inserção do tema no Plano de Educação.
HD
No debate com a oposição, o deputado Ricardo Barbosa (PSB) debulhou, de cabeça, relatório de números para defender capacidade de endividamento do Estado.
Ufa!
A propósito do movimento dos governadores pela CPMF, o ministro Arthur Chioro, avisou: “Não há discussão no governo sobre novas modalidades de financiamento”.
Roteiro
Depois de Cuba, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) tem viagem marcada à Venezuela, outro país da América pouco exemplar no trato das liberdades democráticas.
Overdose
Entre sexta e sábado, o presidente da Assembleia, Adriano Galdino, dará sete entrevistas. Adivinhe onde? Acertou quem respondeu Campina Grande, seu alvo.
Conta gotas
Aos poucos, Ricardo Coutinho começa a manifestar, comedidamente, os primeiros sinais de incômodo com o bombardeio da bancada cartaxista à gestão estadual.
PINGO QUENTE
“Ao longo de 100 anos foi um problema empurrado com a barriga”.
Do prefeito Luciano Cartaxo (PT), fustigando antecessores, durante inspeção ao túnel subterrâneo da Lagoa, em fase de conclusão.
* Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024