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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

A réplica girassol a Luciano Cartaxo

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publicado em 20/06/2015 ás 08h08
atualizado em 20/06/2015 ás 10h41

Ricardo Coutinho é expert em desconstrução. No seu primeiro governo, passou três anos alimentando a estratégia de diferenciação da sua gestão. Nas entrelinhas, sempre deixava no ar a superioridade do seu governo em relação aos antecessores mais imediatos: José Maranhão, um adversário a quem tinha derrotado nas urnas, e Cássio Cunha Lima, um aliado incômodo. Deu certo.

Não tem sido muito diferente com Luciano Cartaxo, que, percebendo, começou a botar as asas de fora, sair da defensiva e topar a guerra fria deflagrada pelo PSB. Ontem, foi a vez de Ricardo. Ele cravou uma frase que fala além das palavras sacadas. “As grandes obras estruturantes de João Pessoa estão sendo feitas pelo Estado”, frisou.

Ricardo citou nominalmente as importantes e esperadas intervenções do Viaduto do Geisel, do Trevo das Mangabeiras e da Central de Polícia. Listou até a pavimentação de 85 ruas, obra tradicionalmente da alçada municipal. O recado do socialista é de uma clareza solar e só não ver quem não quer enxergar.

Invertendo as palavras, é o jeito próprio e inteligente encontrado pelo governador de dizer, sem necessidade de confronto direto e nem extemporânea desqualificação aberta, que sobra ao seu governo o que estaria faltando à atual administração municipal. Jeito sutil, vamos combinar, mas não menos corrosivo.

Dois detalhes: o discurso veio numa agenda de inspeção às obras estaduais na cidade, exatamente dois dias depois de o prefeito visitar, com direito a holofotes, as adiantadas obras do túnel da Lagoa. Nesse caso, não tem coincidência. E quem concordar não precisa ter dor na consciência por receio de estar raciocinando maliciosamente.

Um mote que só deve se intensificar quanto mais o ponteiro do relógio eleitoral se aproxima de 2016, principalmente porque já ficou patente a disposição de Luciano Cartaxo rebater, no mesmo tom, cada provocação, seja escancarada, como faz o vereador Renato Martins, na Câmara, seja cifrada, como ensaia o líder maior do PSB. Alguém duvida que teremos em agosto dois calendários de inaugurações no mês de aniversário de João Pessoa?

DNA… – Cartaxo nega orientação da bancada na Câmara para bater na gestão de Ricardo, mas o vereador Renato Martins não tem dúvidas da origem e inspiração petista nos ataques.

…Rastreado – “Quando sua bancada foge do papel de vereador e debate a esfera estadual, própria de deputados na Assembleia, o faz de forma intencional e deliberada”, sentencia Renato.

Adalberto cobra crédito – No tiroteio com o PSB, o secretário Adalberto Fulgêncio (PT), da Articulação Política, botou mais lenha na fogueira. Lembrou que as tais obras estruturantes citadas pelo governador estão sendo realizadas com recursos federais, ou seja, com dinheiro do governo do PT. “O Estado está apenas gerenciando”, tascou Fulgêncio.

Convenção  “A gente está vivendo um bom momento, fortalecendo o partido e unidos para 2016”. Do deputado Rômulo Gouveia, que será reconduzido, hoje, à presidência do PSD.

Alto nível – Está em fase de finalização o Teatro A Pedra do Reino – homenagem a Ariano Suassuna – equipamento cultural de primeira linha do Centro de Convenções da Capital.

Guarabira – Pela quarta-vez, o prefeito Zenóbio Toscano (PSDB) abriu espaço para a posse do vice, Zé do Empenho. O tucano parece ‘empenhado’ em prestigiar o companheiro de gestão.

Fogo… – A hostilidade sofrida pelos senadores brasileiros na Venezuela e a epidérmica reação do Itamaraty colocam mais gasolina na já inflamável relação do Congresso com Dilma.

…Cruzado – Os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha, ambos do PMDB, já prometeram; vão cobrar postura “altiva” do governo brasileiro para o caso.

Presumida – “Já era esperada. O que existe na Venezuela é uma ditadura”. Reação do presidente da CCJ do Senado, José Maranhão (PMDB), sobre o incidente com senadores brasileiros.

PINGO QUENTE – “É uma nota hipócrita”. Do senador Cássio Cunha Lima (PSDB), para quem o Itamaraty blefa quando diz que protegeu a comitiva de senadores na Venezuela.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.

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