João Pessoa, 10 de janeiro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A sociedade acompanha escandalizada sequência interminável de casos de corrupção envolvendo a classe política brasileira. Licitações forjadas, superfaturamento e desvio de verbas públicas infelizmente integram o script da administração pública no país. O vício e o roubo que engordam o bolso de figurões faz muita falta ao cidadão mais carente da ação governamental e da intervenção do Estado. A corrupção barra a construção de moradia pra quem não tem, impede a melhoria dos serviços públicos e tira merenda de qualidade da boca dos filhos da pobreza.
O quadro grave demandou o surgimento de várias entidades de fiscalização, controle e acompanhamento das gestões públicas. Na Paraíba, o Fórum de Combate a Corrupção, o Focco, é resultado dessa preocupação. E o que fazer? Prender os corruptos? Afastá-los da vida pública? Deixar de comparecer às urnas ou anular o voto? Até agora todos esses caminhos ou não deram resultado ou não foram suficientes para estancar a sangria do erário.
Talvez seja preciso perceber que a causa de tudo está na essência do “ser”. Antes de político e cidadão, os nossos agentes são pessoas que carregam um histórico de vida, tem suas famílias, emoções e valores nutridos ao longo de sua caminhada. Por trás do sujeito de paletó, dono do mandato ou do cargo, existe antes de tudo um homem ou uma mulher, na mais pura acepção da palavra. E o ser humano é no fundo uma criatura marcada pelas suas experiências pessoais e afetivas. O homem chegou ao seu apogeu tecnológico e a era do poder globalizado, mas mesmo assim não encontrou um manual ético e uma fórmula definida para se portar durante sua existência.
O que eu quero dizer é que o homem precisa de diretrizes de vida. Caminhos que o ajudem na jornada árdua e difícil do cotidiano de tentações e de atalhos fáceis. O homem precisa de Deus para ser menos propenso a inclinação pelo “erro”. É a consciência da idéia de soberania divina e a plena convicção da nossa pequenez que nos mostra o caminho da humildade e nos dá a certeza que somos falíveis e necessitados.
Desde 1948, integrantes da juventude de ação católica espanhola fundaram na Ilha de Maiorca um movimento chamado cursilho, palavra espanhola cujo significado é pequeno curso. O movimento cresceu e longo rompeu as fronteiras da Espanha e se espalhou pelo mundo. Chegou ao Brasil pelas mãos da Igreja Católica e logo foi absorvido por muitas igrejas evangélicas.
O cursilho é uma espécie de isolamento voluntário de um final de semana. Durante quatro dias, homens ou mulheres se encontram com os próprios “eus”. É uma descoberta primeiro impactante, depois libertadora. Os cursilhistas aprendem sobre o amor inesgotável e imerecido de Deus para com o homem.
Quem passa pelo cursilho abraça a missão de inundar os espaços que o rodeia dos valores e critérios anunciados por Jesus Cristo. A convivência diária com Cristo leva o cursilhista a ser o canal de transformação do ambiente que ocupa. O encontro mexe com o interior com força para influenciar o exterior. Com autoridade de quem experimentou, digo que o cursilhista nunca mais será o mesmo homem ou mulher de antes. Ele (ou ela) carregará por toda sua existência lições de conduta. Será uma pessoa muito melhor. E é de melhores políticos e líderes que carecemos.
A Igreja Católica e as denominações evangélicas ainda não se deram conta da contribuição que podem prestar a elevação da política. Dom Aldo Pagotto e os líderes religiosos evangélicos fariam muito bem à Paraíba se abraçassem essa causa e promovessem nossos políticos a cursilhistas.
Resistência – Enquanto todos os maranhistas silenciaram e baixaram as armas, o vereador de João Pessoa Fernando Milanez (PMDB) continua com a bandeira do grupo em punho. Saiu em defesa dos servidores pro tempore e colocou até o próprio escritório a disposição. Mostrou entusiasmo para liderar a Oposição em João Pessoa.
Missão – O vice-governador Rômulo Gouveia (PSDB) tomou a dianteira e será o principal articulador do grupo governista nas discussões da sucessão da Mesa Diretora da Assembléia.
Talheres afinados – Os deputados estaduais Manoel Ludgério (PDT) e Lindolfo Pires almoçaram juntos ontem. No cardápio, estratégias para tirar vitamina da candidatura de Ricardo Marcelo (PSDB).
Impasse – Opinião de um candidato a deputado pelo PSB. O governador Ricardo Coutinho (PSB) deveria ter criado critérios para preenchimentos de cargos no Interior. Evitaria tantos problemas.
No aguardo – O prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo (PMDB), já fez o convite ao seu nome preferido para a secretaria de Saúde do município. Aguarda somente a resposta.
Calote – Recebo e-mail de Sergio Ricardo Montenegro denunciando calote do Governo Maranhão no programa Bolsa Atleta. O Estado não pagou a última parcela (outubro) do contrato.
Entre aspas – “O governador Ricardo Coutinho precisa ser igual com os desiguais”.
Do prefeito de Sousa, Fábio Tyrone (PTB), ao defender melhor distribuição do PIB na Paraíba.
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OPINIÃO - 22/11/2024