João Pessoa, 29 de dezembro de 2010 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O governador José Maranhão se despede do cargo no próximo dia 1º. O desligamento do comando estadual pode levar o peemedebista a uma aposentadoria política ou a distância do Palácio será apenas uma fase nova na vida do filho de Araruna?
A resposta prática desse questionamento, feito por muitos aliados e adversários, tem força para balizar a política paraibana pelos próximos anos.
Maranhão vai precisar de muita habilidade para vencer o ostracismo político e se manter vivo no sentimento do povo paraibano.
Ironicamente, esse será um dos grandes desafios do governador. Fazer com que a aparente "fase final" da carreira seja o começo da continuação de sua trajetória de líder.
O governador sabe do dissabor e do preço da distância do poder. Os aliados são minguados, os antigos assessores procuram novo abrigo e só realmente os verdadeiros amigos permanecem por perto.
Se mesmo com todo o cacife do cargo, a liderança de Maranhão no PMDB chegou a ser questionada, quando a candidatura de Veneziano Vital foi defendida, agora não é díficil que a tese de renovação natural da direção do partido volte com mais força.
A verdade é que o futuro de Maranhão não depende mais só dele próprio. A conjuntura que se desenha, a ambição de aliados e os resultados do novo Governo podem levá-lo a uma aposentadoria compulsória.
Rei morto… – Já é possível perceber os efeitos da derrota no círculo íntimo de Maranhão. Nas entrevistas, nem de longe o governador reúne mais o antigo exército de aliados e assessores, antes sempre presentes e prestativos.
Rei posto – Nas inaugurações, no Palácio e em municípios paraibanos, o mesmo clima de solidão e de vazio nos ambientes. Até parece que Maranhão deixou de ser governador após o resultado do segundo turno na Paraíba. Os bajuladores e oportunistas, muitos dos quais responsáveis pelo insucesso eleitoral, foram os primeiros a pularem do barco.
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OPINIÃO - 22/11/2024