Em 12 minutos de entrevista, o Brasil mais concentrado no poderoso eixo Rio/São Paulo conheceu um olhar político nordestino sobre a Nação, além do predominante no noticiário da mídia nacional. Pelas lentes da Record News, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, expôs sua visão de País.

A começar pela economia, Ricardo externou sua preocupação com a queda da economia brasileira, retração e baixa nas receitas e poder aquisitivo. “A economia precisa sobreviver. Se ela não apresentar resultados civilizados você pode ter graves prejuízos”, argumentou o socialista.

Quanto ao ajuste fiscal, Ricardo – em que pese a condição de aliado da presidente Dilma – admitiu impactos nas obras em parceria com o governo federal e externou uma visão crítica moderada em relação ao pacote enviado pela petista e chancelado pelo Congresso Nacional.

Mas é no espectro e defesa do Nordeste que o paraibano se sobressai. Ricardo chamou atenção para a grave situação gerada pela seca na região. E advertiu o governo para afastamento de qualquer medida que ameaça afetar a continuidade das obras voltadas ao sistema hídrico em curso.

O andamento e agilidade da Transposição do Rio São Francisco, esperança de estabilidade hídrica para a região, foi tema de cobrança e ao mesmo tempo de defesa do governador paraibano. Diferente dos críticos do governo, Coutinho ressalta o avanço da intervenção, com testemunho de visita in loco.

Na conversa com o jornalista Heródoto Barbeiro, o líder girassol chamou atenção do Brasil para a importância estratégica do Nordeste, porção do País que, apesar das históricas dificuldades e desigualdade de tratamento, cresce no PIB bem acima da média brasileira e garante que o índice nacional não seja ainda mais sofrível.

Ele não fugiu do debate da crise política. Lamentou a “paralisação da Nação” e criticou a pauta negativa estabelecida pela oposição, que impede a presidente “começar a governar”. Para Ricardo, defensor do “bom senso”, o limite desse enfrentamento não pode estar acima de um marco maior: o interesse do Brasil.

Transposição…
“É uma obra que será concluída, eu não tenho a menor dúvida disso. É uma obra chave- estratégica para a região, tem que ser antecipada”, rogou Ricardo Coutinho.

…Do São Francisco
E explicou o cerne de sua defesa e preocupação. “O volume médio dos recursos hídricos na Paraíba está em 20%. É o pior desde que começou a se medir esses índices”.

Nordeste; solução para o Brasil
“A grande diferença que um estadista é perceber aonde o País pode avançar. O Brasil avança com a industrialização do Nordeste. É preciso pensar muito isso, se não vamos conviver com um País desenvolvido com um País na pré-história”, pregou Ricardo, defendendo o fortalecimento nordestino como caminho viável para o Brasil.

Inversão
“O semiárido não é um problema, tem que ser olhado e visto como uma solução. O Nordeste se desenvolve 27% do PIB acima da média do crescimento do PIB no País”.

Pacto…
“O Brasil é uma federação de direito, mas não é de fato. A Paraíba tem capacidade para tomar dinheiro emprestado, mas só pode fazer se pedir autorização do governo federal”.

…Federativo
“A concentração de receitas no Brasil é um acinte. Mais de 75% da receita está concentrada na União”, lamentou o governador, sinalizando para um novo modelo.

Alternativa
“Eu sou contrário a redução da maioridade penal, mas sou favorável a discussão do elastecimento do Estatuto da Criança e do Adolescente”, pregou Ricardo Coutinho

Crise
“Se o governo pensa de um jeito, uma parte da política pensa de outro sem levar em conta as consequências. Precisamos colocar o País acima de qualquer outro interesse”.

Corrupção
“É fundamental que a gente proteja aquilo que diferenciou o Brasil no mundo. A Petrobrás (…), uma empresa como essa, não pode ser rifada”, assinalou o paraibano.

PINGO QUENTE
“Não pode valer tudo para fazer um determinado tipo de oposição”.
Do governador Ricardo Coutinho (PSB), mirando um alvo certo: o tom oposicionista do PSDB em Brasília.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.

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