João Pessoa, 30 de novembro de 2010 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O Sertão do Estado não é só quente na temperatura natural. O fervor da região é transferido para a política, muito mais próxima da politicagem do que da essência da arte de fazer o bem comum.
Numa só tarde, dois fatos ilustram bem o clima dos bastidores em Sousa e Cajazeiras.
Na terra do Padre Rolim, Léo Abreu (PSB) lança uma carta aberta ao povo na qual insinua desistência da reeleição. Um texto um tanto obscuro sem explicar as reais razões para a suposto desinteresse em disputar novamente o cargo.
A notícia mexeu com a cabeça de aliados e até dos adversários. O que houve com o filho de Vituriano? Perdeu o encanto? Ou é uma estratégia política?
Ao mesmo tempo, Sousa, cidade vizinha, produz mais uma vez surpresa de última hora na eleição para presidência da Câmara.
O dinamismo da política local fez o vereador Cacá Gadelha (PMDB) rasgar documento onde assumia compromisso público de votar no colega de partido e bancada, Ananias Vieira, para presidente.
Cacá foi atraído pelo súbito desejo de comandar o Legislativo sousense. Esqueceu a palavra e a assinatura empenhada e virou a casaca para a bancada governista. Tem todo o direito de assim se portar. É uma escolha. Deve ter avaliado de forma acurada bônus e ônus.
Os fatos protagonizados nos dois importantes municípios paraibanos revelam quanto estamos distantes de uma política civilizada.
De um lado um prefeito parece jogar a toalha porque não suporta percorrer o labirinto muitas vezes tenebroso da perpetuação no poder.
Do outro, um vereador muda de posição repentinamente de olho exatamente para ficar ainda mais perto e por dentro da máquina.
Outro foco – Somente uma conversa de pé de ouvido muita firme para Ricardo Coutinho convencer Zenóbio Toscano a aceitar ser secretário do futuro Governo. O tucano tem dito por onde passa que voltará a ganhar dinheiro na construção civil.
Desejo – O deputado Branco Mendes (DEM) está de olho na primeira secretaria da Assembléia Legislativa. Quer suceder o colega de partido Lindolfo Pires no cargo. A preço de hoje, vota com Ricardo Marcelo.
Autofagia – É um exagero medíocre o que o PPS tenta fazer com Eliza Virgínia. Estão superdimensionando a atitude da vereadora na campanha. Um partido que já não tem tantos quadros, briga para perder umas de suas vozes mais destacadas.
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OPINIÃO - 22/11/2024