João Pessoa, 14 de novembro de 2010 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O tema já virou recorrentes nas rodas políticas. Qualquer maranhista instigado a comentar o resultados das urnas, coloca na conta do ex-governador Cássio Cunha Lima a vitória de Ricardo Coutinho. É uma forma irracional de não reconhecer a consolidação de uma nova liderança estadual.
Se o assunto for analisado pelos cassistas mais ortodoxos, a linha de raciocínio segue a mesma direção: Cássio foi o grande responsável pela derrota de José Maranhão.
Na cabeça de cassistas e maranhistas, Ricardo Coutinho foi apenas um detalhe na disputa ao Governo da Paraíba.
Um grande equívoco. Não reconhecer o potencial político e conceitual do então candidato do PSB é pura ignorância ou fanatismo demasiado.
Ricardo Coutinho construiu carreira própria, sem padrinhos e nem grupos empresariais como catapulta de seus projetos.
O apoio de Cássio Cunha Lima veio por gravidade. Se Cássio sozinho fosse capaz de eleger o futuro governador, certamente teria optado pelo amigo-irmão Cícero Lucena, senador e presidente do PSDB.
E por quê Cássio escolheu votar em Ricardo? Simples. Porque viu no ex-prefeito de João Pessoa o perfil e a bagagem eleitoral necessária para enfrentar a azeitada máquina sob o domínio do governador José Maranhão.
Ricardo saiu da Prefeitura de João Pessoa muito bem avaliado e com cartaz e crédito perante os pessoenses. Um desempenho que rapidamente se espalhou pelas estradas e municípios da Paraíba.
Certamente o apoio de Cássio teve papel de robustecer as pretensões do então candidato socialista. A aliança construída entre Ricardo, Cássio e Efraim Morais foi o combustível para botar fogo na oposição.
A participação do tucano no processo foi providencial. Detentor de carisma contagiante e oratória empolgante, Cássio deu fôlego e energia à chapa oposicionista.
Mas o mérito da superação, da resistência e persistência é do senhor Ricardo Coutinho. Foi ele o escolhido pela grande maioria dos paraibanos para virar a página política estadual.
O eleitorado votou numa idéia. Ricardo soube transmitir um novo conceito e ingrediente no processo. Soube invocar o povo a refletir sobre o presente e o futuro. Se tornou o novo líder de massas na Paraíba, mesmo carregando nos ombros a imagem de político fechado e insensível as pressões e chantagens comuns no jogo eleitoral.
E para quem ainda insiste em questionar a força de cada um, os dados do TRE podem subsidiar a comparação: Cássio Cunha Lima teve 1 milhão e 4 mil votos. Ricardo terminou o segundo turno com 1 milhão e 79 mil votos.
Cássio tem sua força inquestionável, mas o dono dessa vitória atende pelo nome de Ricardo Coutinho.
Briga pelo poder – A disputa pela sucessão da Mesa Diretora da Câmara de Taperoá pode gerar traumas para o prefeio do município, Deoclécio Moura (PSB).
Off – O coordenador da campanha do PSB, Nonato Bandeira, embarcou neste domingo para Cuba, onde descansará ao lado da esposa Célia Chaves da grande jornada de trabalho na eleição deste ano. Desfrutará dos prazeres da ilha antes de retornar ao caldeirão da formação do secretariado de Ricardo.
Esforço concentrado – Dizem que é questão de honra: a família Gadelha vai fazer de tudo para eleger um aliado na presidência da Câmara Municipal de Sousa.
Dever cumprido – Publicamente, o prefeito de Campina Grande prefere não comentar o tema, mas dentro do grupo venezianista a sensação é que o resultado da eleição na Rainha da Borborema foi consequência da resistência dos campinenses ao nome de José Maranhão. Tudo que estava ao alcance de Veneziano foi feito.
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OPINIÃO - 22/11/2024