João Pessoa, 11 de julho de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Um exército não marcha unido sem causa. A premissa faz o senador José Maranhão, presidente estadual do PMDB, estar desde muito cedo convencido de que o partido precisa caminhar sabendo aonde quer chegar em 2018, ano da sucessão do governador Ricardo Coutinho.
Esse itinerário a maioria já tem: construir prévia e paulatinamente uma candidatura própria ao governo, projeto frustrado em 2014 por uma série de fatores e que contribuíram para o apequenamento da legenda, comparando-se com os tempos de glória experimentados em passado não tão distante.
Se a tese de candidatura tem poder para alimentar suas lideranças com auto-estima e em sintonia, também mantém viva uma militância ramificada por todos os quadrantes desse estado. Maranhão vem ouvindo os peemedebistas e sinalizado nessa direção, ainda que a discussão seja precoce para os dias de hoje.
Num dos últimos encontros, Maranhão e o deputado Hugo Motta, revelação da sigla na Paraíba e presidente da CPI da Petrobrás, travaram esse diálogo e fecharam questão, baseados num ponto: o PMDB tem musculatura estadual, mas se ficar contente em ser coadjuvante do PSB em pouco tempo pode perder espaço.
Aliás, um espaço já ocupado pelo PSDB, partido que lidera e abriga a oposição e o anti-ricardismo. Esse papel tem sido desempenhado quase isoladamente pelo senador Cássio Cunha Lima, é verdade, mas o suficiente para demarcar território e dividir o Estado em dois: quem está com o governo e quem está com Cássio.
O PMDB não quer chegar em 2018 como partido satélite para não correr o risco de diminuir ainda mais o seu histórico e reconhecido tamanho e num futuro a curto prazo se equiparar a legendas de médio porte, como DEM, PT, PSD, PP, por exemplo.
Nessa trajetória, setores já majoritários do partido entendem que disputar em João Pessoa e Campina Grande seria o primeiro passo. Compatibilizar esse cálculo com a aliança e convivência política com o PSB, do governador Ricardo Coutinho, é um outro ponto a ser vencido.
Ponto de…
Na avaliação pessoal do deputado Hugo Motta, falar internamente em candidatura própria nesse momento não é precipitação, é uma sinalização para aglutinação.
…Convergência
“Só estaremos todos juntos se tivermos projeto próprio”, resumiu. Não disse, mas tem como base as divergências das alas governista e oposicionista, atualmente no partido.
PTB e PSB juntinhos
Adversários na eleição de 2014, o governador Ricardo Coutinho e o deputado Wilson Filho (PTB) subiram no mesmo palanque, ontem. Passado à parte, prestigiaram lado a lado, com direito a cumprimentos e sorrisos mútuos, a filiação do ex-prefeito Fábio Tyrone ao PSB. O PTB trabalha para ter a vice do neo-socialista em 2016.
Outro cordão
Em contrapartida, no aniversário de 161 anos de Sousa, o prefeito André Gadelha (PMDB) recebeu visita do senador Cássio Cunha Lima (PSDB), com quem votou em 2014.
Pauta
O deputado Rômulo Gouveia (PSD) vai pautar na bancada federal paraibana à nova ameaça da Petrobrás de diminuição do volume da cabotagem no Porto de Cabedelo.
Articulação
Presidente do PSDB, o ex-deputado Ruy Carneiro está propenso a ficar livre nas eleições de 2016 para operar estratégias tucanas nos principais municípios.
Avaliação
O prefeito Romero Rodrigues (PSDB) e o vice Ronaldo Filho (PSDB) tiveram conversa sobre os vetos derrubados recentemente pela bancada governista na Câmara Municipal.
De olho
Já não é mais segredo o desejo do Pros de emplacar a vice na chapa de Romero. A tese foi externada ontem pelo presidente municipal da legenda, Alexandre do Sindicato.
Peleja
Na mais nova queda de braço com o governo, o Fisco acusa criação de uma indústria de multas na Paraíba e responsabiliza o secretário Estadual da Receita, Marialvo Laureano.
PINGO QUENTE
“A enganada foi minha mãe”.
Do ex-vereador Cassiano Pascoal, filho da médica Tatiana Medeiros (PMDB), a quem atribui a condição de vítima do clã Vital na eleição de 2012, em Campina.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.
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OPINIÃO - 22/11/2024