João Pessoa, 17 de outubro de 2010 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A entrevista do senador Cícero Lucena ao irriquieto Padre Albenir Galdino, na TV Máster, foi esclarecedora. Cícero resolveu escancarar o que o povo da Paraíba já sabia há muito tempo.
Sem arrodeios, o tucano mandou avisar aos seus eleitores e seguidores que se sentirá muito feliz se o vencedor dessa peleja for o governador e candidato a reeleição José Maranhão.
Como de praxe, o ex-prefeito de João Pessoa espinafrou o seu "inimigo" Ricardo Coutinho, a quem sempre classifica de "falso novo".
De quebra, Lucena não escondeu mágoas e dificuldades de novo pacto político com o ex-irmão Cássio Cunha Lima.
Na prática, ao assumir a condição maranhista neste processo, Cícero não põe ingrediente novo na disputa. A posição do senador sempre foi clara de apoio à candidatura de Maranhão pela impossibilidade natural de votar em quem quase o levou ao cemitério político.
No entanto, nem os pacientes do Juliano Moreira duvidam que no primeiro turno Cícero emprestou apoio ao governador através de aliados e familiares.Não há um só cicerista que não tenha trabalhado para o PMDB com todas as forças. Política é feita de gestos.
Cícero talvez tenha decidido sair de vez da toca agora porque sabe que uma eventual derrota de Maranhão o leva a sair ainda mais combalido do processo eleitoral.
Até porque há quem questione o real tamanho de Cícero no resultado de João Pessoa. Para uns, o senador não conseguiu mostrar o esperado pelo grupo maranhista. Para outros, não há como medir a força de Cícero no placar de João Pessoa porque ele não teria "declarado" voto de forma aberta, tese "meia boca" e facilmente repelida pelos sinais dele e da família.
Pelo sim pelo não, agora no segundo turno poderemos ver o peso de Cícero na disputa em João Pessoa, já que ninguém mais duvida do apoio, torcida e empenho dele na vitória do PMDB.
Segundo tempo – A semana que começa tem um significado importante na estratégia dos candidatos ao Governo da Paraíba neste segundo turno. São os sete dias que antecedem a semana decisiva para o futuro de José Maranhão e Ricardo Coutinho.
Ambos postulantes precisam jogar toda a energia para construir nesta semana os objetivos e metas a serem alcançadas na próxima.
De um lado, Ricardo deve buscar impulsionar novas adesões para capitalizar a garantia de favoritismo. Na outra banda, Maranhão deve não apenas conter a sangria, após a defecção de Tião Gomes e do PRB, bem como tentar provocar perda no bloco socialista.
Com a aproximação do dia decisivo, os dois certamente terão muito cuidado nas estratégias e nos discursos. A fase não permite erro de nenhum dos lados. Um passo mal dado pode ser fatal.
Dossiê da sopa – O presidente municipal do PTN, Djalvani da Fonseca, tem juntado provas para montar farto dossiê contra o deputado estadual eleito Toinho do Sopão. Djavalni coordenou os gastos de campanha do então candidato e diz conhecer muitos ingredientes utilizados no caldeirão da campanha. Pode azedar.
Empenhado – Branco Mendes (PMDB) comunicou ao ex-governador Cássio Cunha Lima: é questão de honra trabalhar pela vitória de Ricardo Coutinho em Alhandra e cidades vizinhas.
Sinuca de bico – Será delicada a situação do deputado estadual Rodrigo Soares (PT), caso a chapa do PMDB não vença a eleição no segundo turno. Se ficar sem mandato na Assembléia e na vice-governadoria, restará ao petista a presidência do PT e a dura missão de segurar a onda dos insatisfeitos com a política adotada este ano pela legenda.
Irrigando – O trabalho de convencimento do coordenador da campanha do PMDB, Wellington Roberto, tem tido frutos em pleno solo árido do sertão. Vereadores e suplentes de votação expressiva em Cajazeiras já se converteram à campanha maranhista.
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