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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Droga e política

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publicado em 12/09/2010 ás 11h28

A Paraíba amarga uma realidade dura: o consumo desenfreado de droga atinge especialmente nossa juventude e alavanca índices impressionantes de violência.

Menores enveredam no vício e são facilmente aliciados para servir ao tráfico e a criminalidade. Em uma semana, dois adolescentes assumiram autoria de homicídios em João Pessoa.

O primeiro caso foi o da morte da empresária cajazeirense, radicada em João Pessoa, Ana Maria Abrantes, morta covardemente em um salão de beleza, após reagir a assalto.

O mais recente foi o assassinato de um lutador de jiu-jitsu no bairro de Miramar, em João Pessoa.

Os dois acusados são menores, provavelmente discípulos ou escravos de traficantes sedentos por dinheiro e faturamento.

Mesmo diante de realidade tão preocupante, ninguém vê esse debate figurar entre as principais propostas dos candidatos na eleição deste ano.

Parece que os postulantes consideram tudo um problema, menos o dilema das drogas.

Quando falam no assunto, tratam a temática de forma extremamente superficial, como se o problema não tivesse infelizmente a dimensão devastadora de destruir famílias, sonhos e vidas inocentes.

São poucos os políticos que abraçam essa causa. Talvez seja porque se irmanar na luta e no drama de famílias de viciados não dê tanto voto. É mais fácil defender interesses de grupos empresariais com poder de retorno financeiro e doação para campanhas.

Por dever de Justiça, é preciso reconhecer a insistência do deputado estadual Trócolli Júnior (PMDB) em pautar na Assembléia e na imprensa a necessidade de aprofundar a discussão e de socorrer viciados e familiares.

A excessão de Trócolli, quase todas as outras vozes silenciam. Um silêncio que contribui para tantas histórias trágicas.

Fora do mundo da política, existe em João Pessoa uma instituição com trabalho louvável no tratamento de dependentes químicos. A fundação Cidade Viva tem sido referêncial na acolhida de tantas almas em processo de degradação.

Aliás, o projeto do pastor Sérgio Queiroz, presidente da entidade, deveria receber atenção especial e irrestrita dos poderes públicos.

Não é exagero defender que o Estado dote a Fundação, que não tem fins lucrativos, de condições e estrutura capazs de atender a demanda atual da capital paraibana.

No mais, é um tema urgente a ser tratado com seriedade a partir de idéias e decisão política.

Absurdo – Ainda sobre o assunto, é degradante a constatação de um juiz do brejo paraibano. Políticos estariam oferecendo droga em troca de votos na região. Canalhice e crime andando lado a lado.

Alento – Líder do Governo na Câmara de João Pessoa, Bruno Farias (PPS), se diz animado com recentes números de pesquisas internas. Segundo ele, muito diferente do patamar mostrado em todas as outras pesquisas de opinião pública.

Sapato baixo – Longe do "já ganhou", o governador José Maranhão e a coordenação de campanha não cochilam um segundo. Na reta final da eleição, contabilizam novas adesões.

Afinados – O deputado estadual Ricardo Barbosa (PSB) se adequou em pouco tempo ao estilo mais "fechado" do chará e candidato ao Governo, Ricardo Coutinho. Barbosa sempre acompanha o socialista em entrevistas e frequentemente almoçam juntos. Sexta-feira, os dois dividiram a mesma mesa no Sonho Doce.

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