João Pessoa, 22 de agosto de 2010 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Com a aparição do presidente Lula no guia eleitoral é plausível questionar qual é a compensação que Ricardo Coutinho (PSB) terá para continuar votando em Dilma Roussef (PT).
O pedido expresso de voto em Maranhão feito por Lula deixa claro que o presidente abandonou a neutralidade na campanha e tomou partido na disputa da Paraíba.
É certo que o depoimento do presidente ajuda o governador e mexe com a campanha do PSB, um aliado em nível nacional e estadual.
Diante do quadro, o que ainda prende Ricardo ao apoio à Dilma? Que retorno o socialista tem nesse voto? O que Lula e Dilma podem oferecer em troca se o PT e eles já se engajaram na campanha de Maranhão?
Esses questionamentos devem angustiar Ricardo e todos os seus mais íntimos aliados. Certamente, todos eles esperavam pelo menos que o PT nacional ficasse em cima do muro.
A olho nu quase nada justifica a manutenção do apoio a Dilma. Ricardo desagrada PSDB e DEM pelo voto na ex-ministra e por outro lado assiste calado a Lula no programa eleitoral do PMDB da Paraíba.
É uma estrada de mão única e sem reciprocidade alguma. Por isso, já há quem defenda uma adesão à Serra.
No entanto, do ponto de vista estratégico, a essa altura apoiar José Serra poderia se transfomar num desastre. Isso só teria chance de acontecer, se o tucano estivesse bem na frente nas pesquisas. Aliás, se Dilma não estivesse na dianteira, Lula teria pensado duas vezes antes de gravar em prol de Maranhão.
Apoiar Serra num Estado onde a popularidade de Lula anda nas alturas teria um efeito pra baixo na campanha de Ricardo. Talvez esse raciocínio obrigue o PSB da Paraíba engolir tudo a seco.
É preferível continuar associando Coutinho a um histórico progressista e de ligação com Lula e Dilma a ter que virar a casaca e declarar apoio a um candidato tratado com indiferença pela maioria dos paraibanos.
É o jeito.
Pra descontrair – O desembargador Manoel Monteiro surpreendeu advogados e colegas quando disparou no meio de sessão do TRE; "Só existe um país onde todos são iguais perante a lei: o Japão", disse o magistrado, para depois completar: "Porque lá a cara de um é um fucinho do outro".
Especulações – Coube ao vereador Bira Pereira (PSDB) a missão de desmentir boatos de retirada do apoio a candidatura de Dilma Roussef. Integrante do coletivo de Ricardo Coutinho, Bira garantiu que o voto está mantido porque há similaridades de programas entre a candidatura do PSB da Paraíba e a da ex-ministra petista.
Baixo nível – As assessorias de campanhas dos candidatos saíram completamente do viés jornalístico para transmitir apenas notícias com cunho eleitoreiro. Vez por outra, as redações são surpreendidas por releases escritos para carro de som de propaganda e não para informação pública.
Na mídia – O prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo, alimentou a semana inteira os boatos de suposta licença para engajamento na campanha. Entre as confirmações e negativas, fica apenas de saldo a exitosa forma de roubar a cena no noticiário.
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TURISMO - 19/12/2024