João Pessoa, 14 de julho de 2010 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Desde 2006, Cássio Cunha Lima não tem um segundo de sossego.Os adversários têm sido implacáveis e aproveitam os erros do tucano para exploração política ao máximo.
Cassado, Cássio apenas começava sua via crucis. Carrega desde então o peso e os efeitos jurídicos e políticos da condenação sentenciada pelos TRE e TSE.
Da cassação até o início do processo eleitoral no qual tenta disputar uma vaga de senador, os "inimigos" exploram a ficha corrida do ex-governador para tentar diminuir o favoritismo atestado nas pesquisas.
Cássio não passa por uma entrevista sem que a tese de inelegibilidade seja levantada. Não é fácil para um candidato ter que todo tempo precisar se explicar e convencer a opinião pública que terá condições jurídicas e legais para pleitear o voto dos paraibanos.
Agora, o filho de Ronaldo enfrentará novo calvário público. Atravessará todo o processo eleitoral revivendo o carma dos tribunais e sentindo o féu da pecha de "ficha suja".
Até gente da coligação da Oposição trabalha com a hipótese de um revés judicial, embora todos torçam para que Cássio não seja atingido, porque sabem da importância dele no embate renhido que se avizinha.
Os otimistas acham que o tucano pode levar a candidatura até a eleição. Assim, mesmo que tenha uma decisão final desfavorável, ele poderia colocar um substituto da família em cima da hora sem muitos prejuízos eleitorais.
Mas será que a instabilidade e o constragimento de passar o pleito na corda bamba não poderá trazer dissabores políticos e levar o eleitor a descrer da viabilidade jurídica da postulação?
Ou a permanência constante nas manchetes da mídia impulsionará o eleitor cassista a tomar para si a luta do ex-governador em busca da ressurreição política nos tapetes azuis do Senado?
Mesmo vivendo tamanha nebulosidade, Cássio consegue manter-se equilibrado. Ele não tem perdido o jogo de cintura e nem se rendido ao desespero.
Embora seja plausível perguntar: até quando Cássio terá nervos para suportar o drama que vive? Até quando a candidatura resistirá? Uma resposta pode depender do desfecho da outra.
Na veia – O senador Roberto Cavalcanti (PRB) roubou a cena na tribuna do Senado quando ofereceu uma lupa ao presidente da sessão, Mão Santa (PSC-PI), para que o colega tentasse ler as miúdas letras da fatura de um cartão de crédito indicando o valor dos juros estratosféricos cobrados pelas administradoras.
Afinado – O deputado federal Damião Feliciano (PDT) deu demonstração que já está familiarizado com o ninho socialista. Usou o espaço na tribuna da Câmara para registrar e enaltecer os 100 dias da gestão do prefeito de João Pessoa, Luciano Agra (PSB).
Na luta – Apesar de decisão da Justiça, o Sindicato dos Servidores da Justiça garante a manutenção da greve dos oficiais. O comando alega cerceamento de defesa na ação que julgou a ilegalidade do movimento.
Malha fina – Jacó Maciel (PDT), Carlos Batinga (PSC), Arnaldo Monteiro (PSC), Márcio Roberto (PMDB) e Dinaldo Wanderley (PSDB) entraram na lista dos pedidos de impugnação apresentados pelo Ministério Público Eleitoral.
Legado – As cidades de Sousa e Cajazeiras, no Sertão, não têm tido sorte mesmo com seus últimos prefeitos. Carlos Antônio (DEM), candidato a suplente de senador, e Salomão Gadelha (PMDB), candidato a deputado estadual, aparecem na lista das impugnações do MPE por contas reprovadas no TCE.
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