João Pessoa, 13 de julho de 2010 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
É só olhar no olho de Lourdes Sarmento para sentir o drama de lutar por uma causa "perdida". O olhar claro da líder do PCO na Paraíba esconde a escuridão de um grito no deserto.
Essa luta na contra-mão as vezes parece sem sentido, racionalmente falando. Por quê colocar-se contrário a todo um sistema dominante, se é muito mais fácil se amoldar e buscar espaço de poder?
Ela própria classifica a luta da causa operária como uma ilusão diante do processo eleitoral em vigor, onde o capital tem muito mais força que o ideal.
Como ser candidata por uma legenda que lhe dá menos de 40 segundo para gritar e dizer ao povo que é preciso romper com a política coronelística arraigada na polarização histórica.
Lourdes vai ao extremo para gritar. Se posiciona contra a Lei da Ficha Limpa, um dispostivo que em tese obrigará uma depuração dos gestores e agentes políticos.
Na cabeça da candidata do PCO, esse é "mais um instrumento de controle do Judiciário sobre as decisões do povo".
Mesmo contratacada pelo argumento que a Lei é fruto de iniciativa popular, ela não se rende: diz que várias entidades com histórico de dominação estão por trás do projeto.
A sertaneja de Sousa não vê possibilidade de mudança com Maranhão ou Ricardo eleitos. "É uma disputa apenas para quem vai ter o controle", sentencia.
Somente a "luta" seria capaz de mudar esse cenário, pensa a professora no auge do seu isolamento juntamente com seus 100 seguidores no Estado.
Podem chama-la de radical, xiita, mas ninguém conseguirá desmoralizar a conduta de coerência com seus princípios, por mais que discordemos deles.
Lourdes Sarmento tem consciência que jamais chegará ao Palácio da Redenção. Ela grita ao vento apenas na esperança que um dia a ventania carregue nuvens e faça chover um amanhã diferente.
Um propósito que levará consigo pela vida a fora. Certamente os netos dela não viverão o mundo tão acalentado pela avó, embora talvez se sintam encorajados a seguirem o que ela não deixou de pregar: a luta.
Cabeça erguida – O senador Efraim Morais (DEM) demonstra ter superado o vendaval que viveu no Senado. Agora só pensa em colar em Cássio e abocanhar a segunda vaga. Aposta na unidade da chapa da Oposição.
Jovem talento – Ficou complicado para Caio Roberto (PR) explicar como com apenas uma bolsa estudantil conseguiu amealhar tamanho patrimônio. O filho de Wellington Roberto (PR) declarou bens que somam R$ 1 milhão. Deve ter um talento extraordinário para multiciplicação de mesada.
Ruído em Sousa – Salomão Gadelha (PMDB) desconhece a candidatura do primo André e realiza eventos de campanha em Sousa. A falta de unidade da família pode levar os três (incluindo Leonardo) a derrota. Pode terminar todo mundo sem mandato. Para o deleite de Tyrone.
Força – Até os mais experientes oposicionistas admitem que a chapa proporcional do bloco maranhista deve fazer oito deputados federais nas eleições deste ano. Na oposição, os mais cotados são: Ruy Carneiro, Efraim Filho, Damiâo Feliciano
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