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Ficar disponível fora do horário de trabalho eleva estresse

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publicado em 09/08/2015 às 10h40
atualizado em 09/08/2015 às 07h41

Não se trata apenas de senso comum: profissionais que se mantém disponíveis para resolver assuntos relacionados ao seu emprego, por meio de e-mail ou telefone, quando estão fora do ambiente de trabalho, são mais estressados. É o que comprova um estudo conduzido por psicólogos na Universidade de Hamburgo e publicado no “Journal of Occupational Health Psycology”.

Os pesquisadores conversaram com 132 pessoas de 13 diferentes ambientes de trabalho, e os fizeram preencher questionários diários durante um período de oito dias — quatro nos quais eram esperados estarem disponíveis para o trabalho, quatro em que não. Metade dos participantes também ofereceu amostras de saliva para a medição do hormônio cortisol (liberado em resposta a situações de estresse).

Os resultados mostraram então que, durante os períodos fora do batente em que as pessoas deveriam estar acessíveis, elas apresentavam um nível de cortisol mais elevado, e relatavam sentirem-se mais estressadas. Ainda que previsível, esse resultado, no entanto, mostrou que mesmo que as pessoas não recebessem uma solicitação do trabalho, só o fato delas estarem disponíveis já é suficiente para deixá-las ansiosas.

Os fatores por trás disso? A combinação da permanente conexão possibilitada pelos smartphones e uma cultura que possui limites cada vez mais tênues entre trabalho e lazer.

“Os contatos e a disponibilidade para o trabalho fora do horário de expediente estão associadas com o arruinamento do bem-estar”, escreveram os autores do trabalho.

Esse desconforto da disponibilidade permanente é potencializado por aquele provocado pelos e-mails relacionados ao trabalho. No mês passado, Marcus Butts, da Universidade do Texas, e Wendy Boswell, da Universidade Texas A& M, divulgaram os resultados de um estudo que teve como foco o efeito emocional das mensagens eletrônicas recebidas durante as horas de folga, de segunda a sexta-feira.

— Observamos o tom dos e-mails e o tempo que as pessoas levaram para respondê-los. Quando se trata de mensagens com tons negativos, isso nos deixa nervosos, o que tira muito do nosso foco e dos nossos recursos para nos manter engajados com outras coisa — afirmou Butts à revista “Time”.

Ou seja, quando fora do horário de trabalho, e-mails impedem que as pessoas prestem atenção ou se engajem na sua vida fora do trabalho. Aqueles com tom negativo, então, têm o poder de arruinar o seu humor. E aqueles que misturam trabalho e vida social tendem a sofrer mais com o fenômeno.

O Globo

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