João Pessoa, 03 de julho de 2010 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O empresário Ney Suassuna tinha tudo para virar um político de carreira longa no Senado da República. Quando pisava os tapetes celestes da Casa Alta soube se articular com as cúpulas políticas.
Ninguém talvez foi mais influente que Ney para carrear recursos ao Estado. Sabia valorizar a relação com prefeitos e até assessoria especializada abriu para orientar gestores aliados a emplacar projetos e verbas para os municípios.
O problema é que as qualidades de Ney como parlamentar atuante não conseguiram superar seu jeito atabalhoado de fazer política. Nunca teve bom relacionamento com a mídia paraibana e construiu uma imagem de "homem da mala" que só aparece pra fechar apoios.
Foi arrastado pelo tsunami de matérias e reportagens envolvendo seu nome no Escândalo das Sanguessuagas e abandonado como um "leproso" pelo PMDB da Paraíba no meio do caminho. Amargou a derrota e nunca mais se levantou da queda.
Os caminhos que ensaiou percorrer foram todos equivocados, marcados mais pelo barulho do que pela inteligência e estratégia política.
Voltou ao Estado para consolidar mais uma derrota ao declarar guerra a Veneziano e se postar ao lado de Rômulo Gouveia na eleição de 2008.
Ney ficou ausente do Estado em todos os sentidos. Na política e no discurso. Por isso, hoje encontra dificuldades de emplacar, mesmo diante da fragilidade dos candidatos que disputarão o Senado.
Tem força em Brasília, mas virou uma piada na Paraíba. Culpa dele próprio.
Efraim se levanta – Efraim Morais percebeu que só depende dele mesmo para se manter na disputa. Líder de um partido com bancada coesa e com militância do maior número de vereadores do Estado, Efraim prepara estratégias de campanha e passa por cima da improvisada candidatura de Ney.
PP espera – O próprio Enivaldo Ribeiro, presidente do PP, admitiu ao Maispb, que a candidatura de Ney só emplaca se Efraim Morais desistir, o que dificilmente acontecerá até segunda-feira.
Peso de Campina – O candidato ao Senado, Vital do Rêgo Filho (PMDB), tratou de explicar ao povo de Campina Grande porque o grupo dele e de Veneziano recusaram a vice de Maranhão. Sabe que o discurso da Oposição, que terá vice da Rainha da Borborema, pode pesar na cidade.
A fúria de Jeová – O deputado estadual Jeová Campos ficou "P" da vida com a proposta de reaproximação com o grupo de Léo Abreu (PSB). O petista não admite qualquer pacto com os ex-aliados, agora considerados traidores.
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