João Pessoa, 11 de agosto de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Na teoria, o discurso do prefeito Luciano Cartaxo e de sua equipe, concentrados na tese pública de fazer de 2015 um ano de trabalho e deixar política só para 2016, é até bonito e coerente com a missão administrativa. Na prática, porém, a realidade é outra: a política não é um movimento estanque e a sua roda gira toda hora.
Cartaxo, como poucos, sabe que não pode deixar as articulações e conversações para o período das convenções. Ele é uma prova viva disso. Em 2011, já sinalizava e se mexia tentando convencer as tendências do PT, internamente, e dialogando com outras legendas, externamente, para fundamentar sua candidatura.
Como já exposto aqui neste espaço, Luciano pode até dizer que eleição só entra no seu calendário no próximo ano, mas já entrou em ação. Afunilou entendimentos com o Solidariedade, do deputado Benjamim Maranhão, aprofundou relação com o deputado Rômulo Gouveia, comandante estadual do PSD.
Igualmente, antecipou a renovação da aliança com o presidente da Câmara, Durval Ferreira, dirigente municipal do PP,tenta evitar a perda do PRB, do deputado Jutahy Meneses, para as bandas do PSB, do governador Ricardo Coutinho, e tem batido o martelo com alguns vereadores da sua base.
Já em ação, o petista deve pisar mais o pé no acelerador. Com o lançamento da Frente de Oposição, formada por variados partidos com pretensões de disputar a Prefeitura, e o cada vez mais escancarado projeto do PSB voltar a protagonizar em João Pessoa, Cartaxo não tem outro caminho.
Tem que ampliar o diálogo com líderes partidários e fortalecer sua base política. Se assim fizer bota os pés em 2016 com alianças com potencial de lhe garantir estrutura de tempo de guia e penetração nas camadas populares. E dá pra fazer isso combinando com resultados administrativos. As duas coisas podem caminhar juntas.
CARTA…
Artífice da Frente pelo Desenvolvimento de João Pessoa, da oposição, o deputado Wilson Filho (PTB) tem na ponta da língua resposta se será candidato a prefeito.
…NA MESA
“O PTB quer contribuir com a Capital. Se essa contribuição será com candidatura, o povo é quem vai dizer. Se essa missão me for delegada, não fugirei”, avisa.
FIGURINO
Por onde anda, o deputado Manoel Júnior (PMDB) fala como candidato. Portou-se assim, ontem, na Frente. Ele garante ter aval da direção nacional de sua legenda.
BARREIRA
No lançamento da Frente, o senador Cássio Cunha Lima diz inexistir objeção pessoal a Cartaxo, mas admite: o atrito nacional de PSDB e PT vetam aproximação política.
NEM TANTO
Nas entrevistas, o ex-senador Cícero Lucena (PSDB) demonstra desdém ao seu partido. Entretanto, a ex-vice-governadora Lauremília Lucena, sua esposa, assumiu o script de presidente do PSDB da Capital e comandou, na última sexta-feira, estratégica reunião com vereadores tucanos.
SÓ PENSA NAQUILO
Secretário de Articulação, Adalberto Fulgêncio deu sua estocada no lançamento da Frente de Oposição: “Enquanto a gente governa, a oposição só pensa em eleição”.
FUNDO DO POÇO
“A gente tinha que viver isso”. Do deputado Pedro Cunha Lima (PSDB), sobre o nível de descrédito da política brasileira que, na sua ótica, requer novas “posturas”.
SINUCA
O governador Ricardo Coutinho foi às homenagens a Eduardo Campos, no Recife. Aliado de Dilma, lá teve que ouvir contundentes críticas ao governo da presidente.
VESPEIRO
Na sua primeira reunião deliberativa, a CPI do Tesoureiro, em Campina Grande, aprovou quebras de sigilos e encaminhou pedidos a bancos e Junta Comercial.
Pingo quente
“Não há cirurgia sem sangue”.
Do senador José Maranhão (PMDB), para quem, se liderar uma coalizão e cortar na carne, Dilma ainda pode sair viva da UTI.
Reprodução Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024