Quando o assunto é a crise política, o PMDB não se entende. À semelhança do PT, com suas múltiplas e até antagônicas tendências, no partido de Michel Temer a coisa não é lá muito diferente. O “velho” PMDB de guerra tem opinião e agrupamentos para todos os gostos e preferências.

Em Brasília, a contradição é flagrante. O vice-presidente abraçou a missão da articulação política governamental. Os resultados são desastrosos, menos por sua culpa e mais pelos erros do governo, mas também porque Temer não consegue convencer direito nem mesmo seu partido.

No Senado, o presidente Renan Calheiros se reaproxima da presidente e foi o porta-voz de um pacote de sugestões para garantir a chamada “governabilidade” do agonizante mandato de Dilma. Da reunião, Calheiros, envolvido também no escândalo do Petrolão, saiu falando em contribuição para saídas do quadro delicado.

Enquanto isso, na Câmara o presidente da Casa, Eduardo Cunha, trabalha para ver a caveira da ex-guerrilheira. As grandes e últimas derrotas do governo são gestadas, planejadas e executadas no gabinete do deputado, dono de forte ascendência sobre seus pares, apesar do momento de desgaste pós-delação de Júlio Camargo.

Na Paraíba, o PMDB segue o mesmo trilho. O experiente senador José Maranhão, presidente estadual da sigla, em tom de conciliação, não vê o impeachment como solução e até enxerga salvação para Dilma, caso ela tenha habilidade e liderança para uma grande “consertação” nacional.

Hugo Motta, presidente da CPI da Petrobrás, adotou postura mais moderada e prega diálogo intenso e colaboração dos homens públicos da Nação para superação da agravada e crescente crise. Aí vem o deputado Manoel Júnior e bota o dedo na ferida: quer a renúncia de Dilma. Assim caminha o PMDB; com suas várias faces. E facetas.

HERANÇA…
“O governo Ricardo está começando agora”. O raciocínio é do líder da oposição, Renato Gadelha (PSC), para quem a primeira gestão se resumiu à continuidade.

…BENDITA
“Ricardo pegou ações em andamento dos governos Cássio e Maranhão”, fundamentou, lembrando do Centro de Convenções, projetado e iniciado em gestões anteriores.

REFRESCANDO A…
A fala de Renato Gadelha foi rápida e prontamente rebatida, ontem, no Correio Debate (Correio Sat FM), pelo diligente líder do governo, Hervázio Bezerra (PSB).

…MEMÓRIA
“O deputado está andando muito pouco pela Paraíba”, contrapôs Bezerra, elencando, pra começar, as intervenções de dois viadutos (Mangabeira e Geisel) na Capital.

MAIOR GREVE DO MUNDO
Parece mentira, mas é verdade: Universidade Estadual da Paraíba, nosso patrimônio da educação, está há exatos cinco meses em greve, completados ontem quando os técnico-administrativos iniciaram o movimento de paralisação, seguidos em 19 de junho pelos professores da instituição.

AGENDA
O senador Raimundo Lira (PMDB) desembarca nesta sexta-feira em João Pessoa. No sábado, ele participa e prestigia a convenção do seu partido em Campina Grande.

INSTINTO DE...
Já foi mais acirrada a rivalidade dos grupos Toscano e Paulino, em Guarabira. Com a ameaça de terceira via, os clãs já admitem publicamente conversas “civilizadas”.

…SOBREVIVÊNCIA
“Somos muito civilizados e não misturamos as coisas”, registrou o ex-deputado e prefeito Zenóbio Toscano (PSDB) sobre os contatos com o deputado Raniery Paulino.

NA MESMA
Ex-deputado, o médico Aníbal Marcolino (PEN) afastou boatos de entendimentos com o governo. “Só voltaria à Assembleia com liberdade. Prefiro voltar como titular”.

Pingo quente
“O silêncio da OAB deixa muito a desejar”.
Do advogado Paulo Maia, pré-candidato a presidente da OAB-PB, criticando a “partidarização” da atual diretoria.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB