João Pessoa, 22 de junho de 2010 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O anúncio do governador José Maranhão de ter fechado questão com o deputado federal Vital do Rêgo Filho na vice resolve o campinismo na chapa, mas cria uma mal estar com a família Vital e inaugura um campo minado no PT.
Veneziano Vital do Rêgo advoga a tese que o melhor seria Vitalzinho como candidato ao Senado, baseado nos números das pesquisas internas que lhe revelam grandes chances de vitória.
Mas Maranhão sabe que para o eleitor de Campina o que conta mesmo é o companheiro de chapa executiva. Do contrário, corria-se o risco do campinense votar em Cássio, Vitalzinho e Ricardo.
O problema com a família Vital pode ser contornado com promessas futuras e argumentos. O mesmo pode não acontecer no imbróglio chamado PT.
A decisão de Maranhão coloca um abacaxi dos grandes nas mãos do deputado estadual Rodrigo Soares. O que Rodrigo dirá aos colegas de partido, depois de ter defendido no PED a necessidade de garantir a vice para o PT?
Com a sobra da vaga de senador, no lugar de um prêmio, o partido receberá uma punição. Simplesmente porque não tem quadros para disputar esse cargo, tendo em vista o "nego" de Luiz Couto.
Sobram Rodrigo, Jeová e Frei Anastácio. A preço de hoje nenhum dos três quer abrir mão de projetos pessoais palpáveis para uma aventura com nenhuma possibilidade de vitória.
Anastácio quer voltar ao parlamento, depois de quatro anos longe da tribuna. Jeová Campos tenta dar o troco ao grupo Abreu em Cajazeiras para se reeleger como questão de honra.
Rodrigo Soares já pavimentou com aparente desenvoltura sua ida para a Câmara Federal. É hoje voz ouvida na cúpula nacional do PT. Nâo recuará facilmente.
A confusão para a definição será grande. O grupo de Luiz Couto espera essa hora para dar o troco. Vão querer que Rodrigo assuma o ônus da aliança e da vitória no PED. Vão fazer tudo para emparedar Rodrigo.
O jovem petista pode ficar em maus lençõis, porque terá dificuldades de argumentar a exclusão dos petistas da vice.
O PT pode escolher entre fabricar um candidato ao Senado, abrir mão da vaga e se manter quieto, ou repensar seus planos de vôo.
Rodrigo entra num labirinto imprevisível.
Fora – Reservadamente, o deputado Rodrigo Soares já deixou claro que não aceitará ir pro sacrifício. E não esconde a contrariedade do PT não ficar com a vice.
Em Alta – O governador José Maranhão tem roubado a cena do noticiário político na semana das definições. Pauta todo o noticiário e apaga os holofotes antes focadas apenas em Ricardo Coutinho.
Mais um – A adesão de Inaldo Leitão é novo combustível para tocar fogo na tese dos maranhistas de que Ricardo Coutinho definitivamente não tem jogo de cintura para lidar com a classe política paraibana.
Roda grande – Se depender do deputado estadual Raniery Paulino, o pai Roberto não aceitará ser suplente de ninguém na eleição deste ano. Justificativa simples: quem tem mais votos nas pesquisas não pode ser suplente de quem teve índice menor.
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