João Pessoa, 16 de agosto de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Posso errar, mas, ao que tudo indica, a presidente Dilma Roussef está mais para contrariar as expectativas e sobreviver do que sucumbir e se afogar no lamaçal produzido no seu governo e principal ameaça ao seu mandato. Não creio que os movimentos das ruas, hoje, agravem mais o quadro já agonizante.
Não porque falta gente revoltada e se sentindo ludibriada pelo contraste do Brasil vendido na campanha com o Brasil entregue depois das urnas. O brasileiro sabe exatamente quanto está custando ao seu bolso as peripécias da presidente para se reeleger alicerçada em falsas promessas e concessões eleitoreiras.
Sobejam motivos para o povo estar indignado. Eles vão dos efeitos nefastos da crise na vida das pessoas – do desemprego ao aumento do custo de vida – ao descrédito atingido pelo governo pela sua marca dos furtos oficiais bilionários nunca dantes visto na história, um desafio à escala mundial de corrupção.
E por que, dificilmente, Dilma cairá? Porque o PT conseguiu, fria, sorrateira e competentemente, transformar esse carnaval de corrupção descoberto pela Polícia, Justiça e Ministério Público Federal em ambiente de disputa política com o seu histórico rival, o PSDB.
A lavagem cerebral não amedronta apenas usuários do Bolsa Família, temerosos pela perda da tábua de salvação para milhares de bocas. também confunde e até seduz intelectuais e gente com formação suficiente para não cair na armadilha da redução de um grave momento da vida pública nacional a um tosco e barato maniqueísmo.
Tão elaborada estratégia vem conseguindo manter acesa a divisão entre “eles” e “nós”, entre a “elite” e os “trabalhadores”, como se ninguém do Petrolão e seus bilhões desviados pertencesse a tal burguesia, tão sinicamente combatida.
O Brasil é um País dividido. Inseguro entre radicalizar, sem saber o que virá, ou segurar a onda para evitar maiores traumas, mesmo sob o risco de chancelar a bandalheira. Um gigante governado pelo medo. Mérito do PT, reconheça-se.
PEGANDO…
A vereadora Eliza Virgínia (PSDB) questionou a competência do secretário João Azevedo, virtual candidato do PSB. Usou o ritmo lento das obras da Perimetral Sul.
…NO PÉ
“Se o auxiliar do governador tem tantas propostas a executar, porque não faz logo, já que ocupa a pasta de infraestrutura do governo?”, cutuca Eliza Virgínia.
EM TODAS
Presidente do TJ, Marcos Cavalcanti, fez número na solenidade da entrega da reforma do Trauma de João Pessoa. Está fazendo inveja aos deputados da base governista…
EXPANSÃO
Presente já em 199 cidades, os Correios da Paraíba chegarão aos 223 municípios do Estado em breve, segundo garante o diretor-regional, José Antônio Trajano.
IMPACTO SOCIAL E ECONÔMICO
Impressionam os números do Residencial Vista Alegre (Gramame), em construção
na gestão Cartaxo. Custo: R$ 130 milhões, 2.016 apartamentos para 8 mil famílias, 400 empregos, 65 mil toneladas de cimento, 135 mil de areia e 850 milheiros de tijolos.
CALO
O vereador Raoni Mendes (PDT) não dá sossego ao governo Luciano Cartaxo: “No aniversário, João Pessoa só recebeu souvenir de lembrança do prefeito”.
ABAJU
O PMDB não se sente representado no governo Dilma. É o que pensa o senador José Maranhão, presidente da CCJ do Senado. “São ministérios decorativos”, critica.
NO GRITO
Para o deputado Gervásio Filho, vários peemedebistas reconhecem acordo de rodízio no PMDB da Capital, menos Manoel Júnior: “Todo mundo mente e só ele fala a verdade”?
NO PARALELO
Enquanto o povo se reúne nas ruas, os caciques do poder no Brasil confabulam, em reuniões fechadas nos bastidores, “fórmulas” de salvação do mandato de Dilma.
Pingo quente
“O medo está dando de 7 a 1 na esperança”.
Do jornalista Nelson Motta, em artigo em O Globo, intitulado “Aos amigos petistas”.
* Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024