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‘Dilma devia ter grandeza e renunciar’, diz Cássio

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publicado em 18/08/2015 ás 06h43
atualizado em 18/08/2015 ás 06h44
Senador Cássio Cunha Lima, do PSDB

“As manifestações de domingo revelaram o sentimento de desejo de mudança do povo brasileiro, e só um governo deslocado da realidade não compreende esse recado. Famílias inteiras, crianças, idosos caminhavam pelas ruas do Brasil, de forma pacífica, cantando o Hino Nacional, lutando por um futuro melhor. Foi um dos dias mais belos da nossa democracia”. Essas foram as palavras do líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), nesta segunda-feira (17), ao analisar, no plenário, as manifestações do último domingo (16), em que milhares de pessoas foram às ruas mostrar sua indignação e pedir a saída da presidente Dilma do governo.

Ele lembrou que a manifestação alcançou centenas de cidades brasileiras, inclusive as do interior do Nordeste. Foi a terceira mobilização popular no prazo de seis meses e transcorreu na mais absoluta paz e harmonia: “Não se viu uma lâmpada quebrada, uma vitrine arranhada” – disse.

Gesto de grandeza

Na avaliação de Cássio, não há mais tempo para que a presidente Dilma formule um pedido de desculpas ao povo brasileiro, porque já está em curso no país uma mudança irreversível. Segundo o líder, enquanto ela e o PT estiverem à frente do governo, o Brasil estará condenado a conviver com as dificuldades. “A crise tem nome e sobrenome: Dilma Rousseff” – afirmou o senador.

“Eu tenho certeza de que o Brasil é maior do que qualquer turbulência. A falta de credibilidade do governo é um obstáculo quase intransponível para o país sair da crise. A forma mais eficaz, mais rápida, para o encurtamento desse tempo de crise seria um gesto de grandeza por parte da presidente da República, com a renúncia de seu mandato, para que nós pudéssemos ter um novo governo legitimado e com a credibilidade necessária para fazer a concertação que o país precisa. A renúncia é o caminho” – declarou.

Governo sem credibilidade

Cunha Lima falou que não adianta a presidente afirmar que não tinha conhecimento dos esquemas de corrupção dentro do governo porque sua palavra perdeu credibilidade depois que ela enganou a população durante as eleições ao garantir que não havia crise econômica. “A ausência de credibilidade é um problema quase intransponível” – avalia o líder.

“Será que a presidente Dilma vai poder dizer que aquilo que foi dito na campanha de 2014 era do seu desconhecimento? Não, claro que não. Ela, de forma deliberada, por escolher o caminho de tentar ganhar a eleição a todo preço, a todo custo, resolveu enganar, de forma desleal, a confiança do povo brasileiro, porque tudo que está acontecendo hoje já era do conhecimento dela”.

Abuso de paciência

Para Cássio, “as pessoas não aguentam mais trabalhar e pagar impostos para manter um Estado inchado, com 39 ministérios, com milhares e milhares de cargos comissionados ocupados pelos petistas e seus simpatizantes, que recolhem contribuição para o partido, para manter um projeto de poder do Partido dos Trabalhadores. E é o que está sendo dito, e é o que foi dito ontem nas ruas, mas não podemos abusar da paciência do nosso povo, não podemos achar que vamos tolerar isso a vida inteira”.

Pedaladas Fiscais

O senador chamou atenção para matéria publicada neste sábado (15), pelo site Fato Online, intitulada “Exclusivo: os decretos de pedaladas fiscais que foram assinados por Dilma”, que comprova a participação da presidente nas chamadas pedaladas fiscais, onde bancos públicos financiaram o seu controlador (o governo), o que é vedado de forma extremamente clara pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

De acordo com a reportagem, o vice-presidente Michel Temer assinou pelo menos um dos decretos sem número utilizados para abrir créditos suplementares sem aprovação do Congresso Nacional. Na origem dos recursos, “excesso de arrecadação” e emissão de títulos do Tesouro Nacional.

“Como bem disse o nosso presidente nacional, senador Aécio Neves, a Constituição é a nossa arma. E será com ela que vamos lutar pelo fortalecimento das instituições para que as apurações tenham prosseguimento, para que possamos tirar o Brasil da crise, fazendo cumprir a Constituição e fazendo respeitar a legislação infraconstitucional” – garantiu Cássio.

Novas eleições

O líder do PSDB disse que “pelos crimes praticados pela presidente Dilma Rousseff durante o período eleitoral, tenho certeza de que, pela jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, também temos essa possibilidade real de novas eleições, para que finalmente possa nascer um governo com a credibilidade e a legitimidade necessárias para retirar o país da crise, porque a crise se aprofunda, se avoluma e é retroalimentada pelo próprio governo”.

Em maio, a oposição entrou na Procuradoria-Geral da República (PGR) com uma representação contra a presidente Dilma Rousseff por crimes contra as finanças públicas e falsidade ideológica.

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