João Pessoa, 27 de abril de 2010 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Dá urticária ver como os políticos mudam de discurso ao sabor dos ventos e dos interesses mais paroquiais possíveis.
Falo da hipocrisia dos tucanos que festejam a cassação relâmpago do prefeito Veneziano Vital do Rêgo em Campina Grande por conta do famoso cheque.
Os cassistas agora enchem a boca para cobrar rigor da Justiça Eleitoral e pedem punição exemplar ao suposto beneficiado do valor depositado pela empresa Maranata.
São os mesmos que passaram três anos proclamando ao mundo inteiro que a Justiça da Paraíba estaria cometendo um grande equívoco ao cassar Cássio Cunha Lima.
São os mesmos que pregaram a inofensividade dos 35 mil cheques da Fac, dos envelopes amarelos recheados de dinheiro para lideranças do interior e que protagonizaram o episódio das cédulas voadoras.
Hoje eles pedem celeridade. Ontem, eles impetraram centenas de recursos no TRE e TSE para protelar ao máximo o veredito da Justiça.
O tucanato do passado não via crime eleitoral nenhum em um derrame de cheques com dinheiro público.
O tucanato do presente suplica para que um cheque lhe proporcione a delícia de voltar a governar a segunda cidade mais importante da Paraíba.
O tucanato do passado chamava uma luta judicial de vitória no tapetão.
O tucanato do presente não conta as horas para entrar na Prefeitura de Campina com tapete e tudo.
Tudo bem que hipocrisia já faça parte do script político de muita gente. Mas antes das sessões de incoerência, não custa nada comprar um vidro de óleo de peroba. É mais barato que comprar voto.
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