João Pessoa, 15 de abril de 2010 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Se estívessemos em um estado ou país sério, a eleição de um conselheiro que será responsável pela análise, apreciação, fiscalização e julgamento de contas públicas deveria ser tratada com mais seriedade.
A conduta ilibada, a condição política e pessoal de julgar com impessoalidade e transparência, deveriam ser critérios basilares.
Mas, na Paraíba, e em outras partes do Brasil, esses requisitos são marginalizados para um último plano.
Aqui a definição que deveria ser pública e às claras é feita em reuniões de gabinetes fechados, com negociatas, jogo, acertos e compromissos financeiros e eleitorais.
Se elege quem tem melhor poder de articulação e mais força nos bastidores obscuros. A sociedade conformada com o cenário assiste tudo placidamente.
Nenhum cidadão paraibano, com exceção dos dois deputados Arthur Cunha Lima e Trócolli Júnior, teve o "atrevimento" de se inscrever e disputar a vaga de futuro conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Ninguém quer perder tempo e assistir a um filme com final já contado previamente.
Outro dia deputada carioca Cidinha Campos deu uma lição ao país ao condenar na tribuna da Assembléia do Rio a candidatura de colegas ao cargo, alvos de investigações e acusações cabeludas.
Na Paraíba, as questões públicas são decididas de forma privada. Já virou tradição. Quem ousar romper ou se contrapor a essa lógica, nadará contra a maré. E por enquanto, todo mundo só quer correr pro mar.
Quem dá mais? Interrogaria o poeta Beto Surian, autor do grande sucesso de Antônio Marcos.
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