João Pessoa, 12 de abril de 2010 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Ninguém pode negar. Até aqui, o senador Cícero Lucena cumpriu com competência o papel que abraçou tão logo percebeu os sinais de Cássio na direção de Ricardo Coutinho.
O tucano tratou desde o início de dificultar o enlace entre o grupo Cunha Lima e o então prefeito do PSB. Trincou os dentes, endureceu o jogo contra dissidentes e não escondeu o desapontamento com os históricos aliados de Campina Grande.
Cícero não influenciou na perda de nenhum partido da base aliada de Ricardo Coutinho, mas com sua resistência faz deliberadamente o PSDB sangrar. Uma sangria que preocupa os candidatos na chapa proporcional.
Lucena também sangra. Tem consciência que pode sair queimado com quem lhe fez senador da República em 2006. Sabe bem o estrago que causa quando demora sair de cena.
O roteiro final da novela protagonizada por Cícero já foi escrito. Como previsto, o senador desistirá da candidatura, porque já não tem mais armas para a guerra.
Perde o duelo, mas certamente não se entregará durante o combate. Convicto opositor a Ricardo Coutinho, Cícero será obrigado a trabalhar, ainda que discretamente, para ajudar o governador José Maranhão a derrotar o PSB.
Internamente, aliados avaliam que Cícero pode ser o fiel da balança e tem poder de fogo para decidir a eleição.
O problema é que quando o PSDB oficializar a aliança com o PSB, o presidente da legenda ficará em posição extremamente desconfortável a ir de encontro a todos os filiados e lideranças do partido.
Como se comportará o senador? Vai se ausentar da eleição na Paraíba e se dedicar a campanha de Serra? Não seria risco demais ficar fora do processo eleitoral e sair anêmico para embates futuros?
São indagações que devem balizar os passos de Cícero, após a desistência.
Senha – O vereador Hervázio Bezerra (PSDB) deu uma pista. A eleição da vaga do próximo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado passa por Cícero Lucena. Seria uma senha para um entendimento com Cássio?
À procura – Antes do prazo de desencompatibilização, a secretária Giucélia Figueiredo (PT) foi sondada pelo governador José Maranhão (PMDB) para estudar a possibilidade de ser vice na chapa do PMDB. Preferiu ficar no Governo e não entrar em rota de colisão com Luciano Cartaxo (PT).
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