João Pessoa, 28 de março de 2010 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O filósofo Ralph Waldo Elerson aconselhava: “faça aquilo que você receia e a morte do medo será certa”. Um desafio interior a ser perseguido pelos que se sentem travados diante de incertezas.
Incerteza como a que se abateu sobre o prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rego (PMDB). O cabeludo hoje vive um dilema: prioriza o próprio interesse político ou se coloca como soldado do partido?
Intimamente Vené já decidiu ficar na Prefeitura. É muito mais cômodo e até coerente com o povo de Campina Grande. Uma comodidade que incomoda os caciques do PMDB paraibano.
Quem um dia partiu de vereador oposicionista direto para o mais alto cargo da hierarquia campinense hoje “treme” ao vislumbrar o front de uma guerra anunciada.
Veneziano já deu seus sinais. Os assessores suplicam para que ele fique. Por quê? Amor a Campina Grande, prudência política ou devoção pelas regalias próprias da máquina municipal? Para o PMDB ortodoxo a explicação é outra: covardia.
Outro dia um assessor muito ligado ao prefeito tentava antecipadamente justificar a iminente decisão. Ele se esforçava para dizer ao interlocutor que o governador estava muito bem e que com Vené ou sem, Maranhão ganharia a eleição.
Dava pra ver nos olhos claros do diligente auxiliar o verdadeiro pensamento guardado lá nos confins do cérebro a palpitar: “Estamos fora dessa. Isso não é problema nosso”.
Ao mesmo tempo, o venezianista reclamava da falta de obras e investimentos do Governo do Estado na cidade. Queixava-se que as notícias não paravam de divulgar ações de Maranhão em João Pessoa, enquanto a Rainha da Borborema estaria relegada ao esquecimento no quesito convênios do Estado com o município.
Veneziano sabe o saldo que terá com o seu fico, mas também deve ter calculado o sentimento de frustração a ser provocado internamente no PMDB. Um maranhista light chegou a comparar a obstinação de Ricardo Coutinho deixar a Prefeitura de João Pessoa em busca do Governo com a falta de disposição de Veneziano em pavimentar seu futuro político e ajudar o projeto do PMDB nesta eleição.
No meio do imbróglio surge um questionamento: Veneziano teria tanta dificuldade de deixar a Prefeitura de Campina Grande se fosse o escolhido pelo partido para ser o candidato a governador? Nesse caso, o compromisso com a cidade seria mais flexível? Indagação feita por alguns peemedebistas contrariados.
Veneziano deve ficar. O PMDB fingirá respeito a definição. Se Maranhão ganhar o pleito, certamente o nome de Vené não terá precedência para 2014. O virtual vice pode tomar gosto e será insuflado a disputar a reeleição sentado na cadeira mais cobiçada do Palácio da Redenção. E Veneziano para onde irá isolado?
Concorrentes – Vitalzinho (PMDB) pode enfrentar dificuldades para se impor como candidato a senador da República. Há resistência no PMDB.
Acerto – Alguns prefeitos paraibanos estão contando as horas para se encontrar com determinado deputado federal. Até hoje esperam pelo cumprimento de promessas. As histórias são cabeludas. Depois conto umas.
Lá e cá – Muitos vereadores de João Pessoa estão cheios de sede ao pote. A animação tem uma explicação simples: acham que vão poder servir a Luciano Agra e bater palmas para Maranhão.
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