João Pessoa, 22 de março de 2010 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Para quem testemunhou a convicção devocionada com que o deputado federal Armando Abílio defendia a candidatura de Ricardo Coutinho ao Governo do Estado, a reviravolta no discurso do petebista chega a surpreender, mesmo aqueles mais acostumados aos conchavos de última hora.
Na mesma velocidade com que empunhou a tese Cássio/Ricardo, Armando virou o jogo e carregou o PTB para o abraço do governador José Maranhão, antigo desafeto político.
É díficil olhar para Abílio e Tavinho Santos e não associa-los subitamente ao projeto tão decantado e muitas vezes criticado e desacreditado de unir o PSDB com o PSB nas eleições de 2010.
Imagino que a decisão de Armando atende ao critério de sobrevivência política, argumento sempre colocado na mesa de negociações. Os agentes políticos são pragmáticos e matemáticos. Costumam calcular o caminho mais curto para seus objetivos.
Por defender tão ardorosamente a aliança com o PSB, Abílio terá que se desdobrar para encontrar novo discurso capaz de lhe associar ao projeto de reeleição de Maranhão. Por enquanto, Armando está tatuado de girassol.
Não creio que rapidamente o presidente do PTB adote uma postura de ataque ao prefeito socialista. Seria uma mudança drástica e inexplicável.
Abílio deve mergulhar no silêncio, esperar a onda turva passar e depois submergir com fôlego para refazer conceitos e pedir a Paraíba que esqueça tudo o que um dia ele pregou.
Soda cáustica
A adesão do PTB é um recado nítido do governador José Maranhão ao grupo do prefeito Ricardo Coutinho. O PMDB começa agora a operar forte nos bastidores disposto a corroer todas as forças que sustentam o PSB.
Pelas beiradas
Discretamente, o prefeito de Marizópolis, José Vieira (PSDC), começa a furar o bloqueio de Lindolfo Pires (DEM) e Leonardo Gadelha (PSC) em Sousa. Em um mês, Vieira já conseguiu eleger dois presidentes de bairros populosos da cidade. Ele está disposto a disputar uma vaga na Assembléia.
Equilíbrio
O vice-presidente da Assembléia Legislativa, Ricardo Marcelo (PSDB), dá exemplo de postura serena e equilibrada na Casa. Foi ele quem deu posse a Maranhão, quando Arthur se recusou a fazê-lo. De lá pra cá, Ricardo mostra ser um dos poucos parlamentares ainda não contaminados pelo revanchismo político.
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