João Pessoa, 24 de janeiro de 2010 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O acidente que matou a advogada Fátima Lopes pegou todos de surpresa. Serena e sempre acolhedora, ela não merecia este fim trágico.
Jurista reconhecida, advogada atuante e recentemente excelente revelação na Administração Pública, ao exercer com brilho a chefia da Defensoria Pública da Paraíba.
Lembro-me bem da atuação de Fátima no Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba. Na época ainda estudante do curso de Comunicação Social e estagiário do TRE, acompanhei alguns momentos da sua passagem pela Justiça Eleitoral.
Viveu momentos de tribulação quando teve sua suspeição levantada naquela Corte. Agiu todo tempo com sobriedade e firmeza.
Aliás, foi ela a responsável pelo meu primeiro furo jornalístico, pouco tempo depois de minha contratação pela Rádio Correio Sat.
Com suspeição levantada no órgão, Fátima não concedia entrevista sobre o assunto. Até que numa sexta-feira de expediente pela manhã, vários jornalistas foram ao TRE tentar ouvi-la.
A então juíza simpaticamente se desculpou e avisou que não falaria sobre o assunto. Desceu pelo elevador.
Corri escadaria abaixo e a esperei no sub-solo do Tribunal, exatamente na garagem. Eu já estava com telefone no ouvido ao vivo pelo Correio Debate, quando Gutemberg Cardoso me anunciou.
Fui de encontro a Fátima Lopes, que já estava prestes a entrar no carro e fazia sinais negativos. Fiz a pergunta. Já dentro do veículo ela terminou respondendo a questionamentos de uma curta entrevista.
Finalmente ela falava pela primeira vez sobre o imbróglio. Ao chegar na redação, comemoração dos colegas.
O ano foi 2007. Manhã de domingo de 2010 redijo com pesar as primeiras informações sobre a tragédia que levou a advogada para outro plano.
Perde a advocacia paraibana. Luto para amigos, marido e as duas filhas também advogadas, que dividiam com ela causas no mesmo escritório.
Fátima deixa exemplos de simplicidade e equilíbrio. Que Deus a acolha e conforte a a família.
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