João Pessoa, 10 de dezembro de 2009 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Mesmo os mais distantes observadores do cenário político paraibano devem ter uma idéia da angústia vivida nos últimos dias pelo senador Cícero Lucena (PSDB), diante do iminente abandono do antigo aliado Cássio Cunha Lima (PSDB).
Dono de um currículo de lealdade ao grupo, Cícero coleciona gestos políticos de renúncia em nome de projetos comuns. Atos que ele imaginou serem considerados por Cássio na hora de uma decisão histórica.
Na contagem regressiva para o anúncio oficial da definição do ex-governador provavelmente pró-Ricardo Coutinho (PSB), Cícero deve estar analisando qual posição firmar, em caso de rompimento com Cássio.
O senador do PSDB rompe com o grupo que o introduziu na política em 1990, quando da eleição de Ronaldo ao Governo? Eis o grande questionamento nos bastidores.
Qual será a reação de Lucena? O que Cícero vai levar em conta antes de acabar de vez um casamento político de 20 anos? E os negócios das duas famílias também vão sofrer abalos ou rupturas?
Há espaço para Cícero no grupo do governador José Maranhão (PMDB)? A promessa de apoio em 2012 seduziria o já candidato nato a sucessão de Ricardo Coutinho?
Lucena teria coragem de ficar contra a base inteira, capitaneada por Cássio, que o elegeu senador em 2006?
Do outro lado, mais questionamentos. Qual seria a compensação digna para o ex-prefeito de João Pessoa engolir uma aliança do seu partido com o mais ferrenho inimigo político?
Que folêgo Cícero teria com Ricardo sentado na cadeira mais desejada do Palácio da Redenção? Ficar inerte a aliança CássioXCoutinho seria suicídio político?
São perguntar que só Cícero responderá. Em breve.
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OPINIÃO - 22/11/2024