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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

O medo de Cássio

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publicado em 30/11/2009 ás 21h02

Por que Cássio Cunha Lima luta, trabalha e age nos bastidores para acelerar uma debandada do grupo que lidera para o barco do prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho, esquecendo o velho companheiro Cícero Lucena? Essa mesma pergunta é feita todos os dias por muitos paraibanos.

Muitas respostas são “maquiadas” ao gosto do interesse “cassista”. Sustenta-se a tese de que o inimigo principal José Maranhão precisa ser derrotado nas urnas. Seria a vingança a quem cassou o então governador e o empurrou para os arquivos deprimentes da história política da Paraíba.

Difunde-se o entendimento de que o contexto político favorece ao presidente do PSB, levado por uma “onda” de renovação política. Cássio não poderia remar contra a forte maré que ameaça invadir o Estado quando 2010 chegar.

O baixo índice de Cícero nas pesquisas é outra justificativa adotada pelo “cassismo”, como Gilvan Freire prefere chamar os adeptos do jeito Cássio de fazer política. Seria outro motivo para relegar o senador tucano ao segundo plano.

Especulações e desculpas a parte, a verdade é que Cássio Cunha Lima no fundo não está preocupado apenas em derrotar o seu mais declarado inimigo, o governador José Maranhão, não quer somente ganhar nova roupagem eleitoral ao se associar ao prefeito de João Pessoa, e muito menos está preocupado com a anemia eleitoral do parceiro de tantos carnavais, Cícero Lucena.

A estratégia de Cássio é traçar o melhor caminho para pavimentar sua vaga no Senado da República. Tarimbado em eleições, o filho de Ronaldo sabe como estaria comprometido seu projeto político se houvesse uma recomposição entre Maranhão, Ricardo e Veneziano Vital do Rego. Uma chapa com esses nomes estragaria os planos de recuperar um mandato.

Cássio mais do que ninguém sabe que precisa estar ao lado de nomes competitivos para garantir o passaporte a Brasília. Por isso, insiste com todas as forças para tirar Cícero do caminho. Imagina que ao lado do companheiro de ninho pode ter a candidatura levada pra baixo, caso o senador não decole.

Tem um segundo temor: a reeleição de Maranhão atrapalha o sonho de Cássio voltar retumbantemente ao Governo da Paraíba em 2014. Ele antevê a hipótese de Veneziano, fortalecido em Campina Grande, ser o candidato do PMDB com Zé sentado na cadeira do Palácio da Redenção.

Em resumo: Cássio quer salvar a própria pele. Os outros são apenas detalhes no meio do caminho.

 

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