João Pessoa, 21 de janeiro de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Mais do que anunciar pomposa e ‘penosamente’ a suspensão das festas carnavalescas, prefeitos paraibanos deveriam levar a coisa realmente a sério e aproveitar para emendar fazendo outros deveres de casa, porque não adianta só vetar a folia de momo, pegando o gancho da moda, e fazer e acontecer por outras vias e fontes.
A rigor, num Estado como a Paraíba, marcado por tantas e profundas desigualdades, justificativa falta mesmo é para realizar festas, enquanto em áreas como educação, habitação e saúde os índices envergonham e a população sofre horrores com péssimos serviços. Quando existem.
Há poucas exceções. Elas são até admitidas em cidades cuja tradição já está grafada no calendário cultural e turístico do Estado, mas esses eventos são contados nos dedos de uma mão. O resto existe somente para montagem de palanque eleitoral para prefeitos e superfaturamento de preços de bandas.
Afora suspender as festas momescas, nossos prefeitos podem usar o momento para realmente mostrar concretamente preocupação com as finanças dos municípios e seus respectivos cidadãos. E se quiserem, não terão dificuldades para encontrar muita obesidade a ser queimada com dieta rigorosa.
Diminuindo, por exemplo, o número excessivo, pra não dizer abusivo, de apadrinhados, parentes e cabos eleitorais aboletados na folha de cargos comissionados. Abdicando das comissões exigidas oficiosamente às empresas nas licitações, cobradas por terceiros autorizados ou aproveitadores inseridos na máquina, cortando contratos fictícios, celebrados somente para manutenção de caixa paralelo, ou diminuindo a mesada destinada à formação de maiorias nas Câmaras.
Querendo sinceramente, não falta onde mexer e economizar para equilibrar um erário, no geral, vítima da folia dos maus administradores. Esse sim é um carnaval que surrupia o dinheiro público. Todos os dias do ano.
*Reprodução do Correio da Paraíba.
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