João Pessoa, 08 de janeiro de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Por trás da perita declaração do deputado Trócolli Júnior, para quem só tem sentido ao PMDB a participação no governo Ricardo II se o partido tiver um espaço com perfil para executar ações que identifiquem a legenda, está uma constatação: o PMDB não emplacou quadros frutos de deliberação e indicação enquanto sigla.
Os peemedebistas escolhidos chegarão ao Diário Oficial do Estado muito mais pelo prestígio pessoal dos patronos das indicações. Em que pese a competência, Flávio Romero, Nilda Gondim e Ana Cláudia Vital apareceram no segundo escalão do secretariado por uma deferência pessoal de Ricardo ao deputado Veneziano Vital.
Laplace Guedes (Turismo) e José Fernandes (Junta Comercial) são da cota pessoal do senador diplomado José Maranhão. Os demais cargos de menor porte que estão sendo preenchidos pelo governo também seguem a linha do aval personalíssimo de figuras do PMDB, não do apontamento do partido, como um todo.
Aliás, o PMDB – fiel da balança do segundo turno – não mereceu nenhum espaço realmente relevante na estrutura do novo secretariado. Nada nem de perto à altura do tamanho e importância da legenda. Por sinal, a raquítica presença na gestão do PSB serve bem para ilustrar o gradativo definhamento do PMDB, depois de 2010.
Quando rejeita publicamente a Secretaria de Esportes, Trócolli Júnior, do seu jeito, está alertando o PMDB para o perigo desse quadro. Uma legenda do porte do PMDB, ramificado em todo o Estado e dono de bancadas na Assembleia, Câmara e Senado, não pode se permitir a se contentar com a miudeza.
A perda da altivez e do orgulho próprio pode levar o partido, a curto prazo, à periferia da política paraibana. Se não cuidar, daqui a pouco estará nivelado ao bloco intermediário e dividirá a cena com DEM, PDT, PR, PP, entre outros. Na vida, quem foi ‘grande’ sabe como acostumar a se aceitar ‘menor’ gera uma tremenda crise de identidade. Na política, também.
*Reprodução do Correio da Paraíba.
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